sábado, 22 de outubro de 2011

Pós-Meridiano



Almoçado e satisfeito eu não vou ao leito, mas me deixo ficar na velha poltrona, tendo entre mãos um livro donde me falam de Moçambique e de suas muitas mulheres, algumas mais antigas, outras mais novas, fala-se de fios e de miçangas que nos vêm pelas penas do Mia.

O sono bate, me abate e me carrega consigo por qualquer canto das minhas velhas memórias ou pela imaginação daquilo que ainda não vivi e talvez nem viva.

Já até voei de parapente, mas me falta navegar mais longe, pelos mares que me rejeitam acolher definitivo já umas três ou quatro vezes.

Pesam-me as pálpebras,  cerram-se os olhos e eu navego pelos mares imaginados de António Freire, caço velas com Peralta ou então escrevo, como agora, pelas memórias de um Pedro  Batista ou de um José Maria. Quem diria!

Foi-se o sono, mas basta que eu volte à sala e me recoste, para que ele retorne e me tome novamente em seus braços paternais.

Vou-me!

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Talvez se estranhe este texto tão só meu e com pouco a ver sobre a nossa Santos. Há enganos, porque este texto fala muito da cidade, pois foi daqui que partiram três desses navegantes (António de Abreu Freire, João Jorge Peralta e Pedro Cesar Batista) a caminho e à busca de memórias ancestrais. Ah! É verdade, José Maria ainda embarca mais adiante.


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