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Desânimo é o sentimento que se abate sobre mim, logo pela
manhã, ao abrir os jornais.
Em São Vicente,
um magistrado condena um banco a pagamento de indenização a uma cliente que foi
roubada, após sacar uma significativa quantia em caixa eletrônico da
instituição. O juiz baseia a sua sentença no fato dela ainda se encontrar em
área pertencente ao banco, ainda que do lado de fora. Mais um ou dois passos e
a responsabilidade passaria, em tese, a ser do Estado. Em que estado andam as
coisas!
Será que, se a
senhora fosse assaltada depois de ingressar na área externa de sua própria
casa, seria acusada de negligência?
Ah, esse circo
me incomoda tanto!
Minha filha foi
assaltada na véspera, a caminho do trabalho e a delegacia da área, sequer tem
acesso à internet para receber o B.O. eletrônico, que levou horas para ser
concluído, porque o “sistema” caía volta e meia.
Num matutino da
capital, eu leio sobre a importantíssima discussão do aumento dos subsídios dos
Ministros do Supremo e da extensão a todo o funcionalismo público.
Salário-mínimo?
Maldito salário-ínfimo, do qual essa gentinha vive reclamando... Aposentados do
INSS, então, já andam merecendo cadeia, tanto reclamam.
Em Santos, na
Câmara Municipal, as discussões sobre quem vai ocupar a vaga recém aberta com a
morte do presidente da casa legislativa.
A cena acaba me
lembrando momentos alegres, quando nós, moleques, saíamos à cata de balões no
mês de junho. Geralmente, no final, sobravam alguns restos de papel de seda e
fuligem nas mãos de quase todos.
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