segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Alguns Instantes

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Livro debaixo do braço (não; não sou o sovaco ilustrado!), máquina fotográfica no bolso da calça e lá vou a caminho do ponto de ônibus (um dos que restou na Avenida Washington Luiz, depois que a prefeitura decidiu que a velharia não é bem-vinda).


Embarquei no primeiro “sujinho” que apareceu (bancos amarelo-emporcalhados) para desembarcar ao lado da Humanitária.

Logo no segundo quarteirão, um caminhão de empreiteira estacionado ao lado do que era um dos pontos de ônibus, agora suprimidos, atravanca o trânsito e acaba permitindo esta foto:


Desci na esquina da Brás Cubas com a Praça José Bonifácio...

Passei pelo Fórum, pela Catedral e enveredei pelo interior do Poupa Tempo, a caminho da rua João Pessoa, aquela rua que tem agora uma ciclovia projetada e construída sob orientação de engenheiros de moenda de cana, ao lado do trecho que restou do passeio e que os transeuntes compartilham com as bancas de jornais...


Barracas de camelôs e uma tirinha de grama já moribunda pelo pisoteio inevitável em alguns pontos do trajeto:


Do outro lado da rua João Pessoa, na agência do Santander, uma fila enorme aguarda a vez para acessar o único caixa eletrônico em funcionamento.

Dali, sempre a pé, a caminho da Frei Gaspar com Amador Bueno; na porta de um dos edifícios de escritórios, esta tampa deixa uma brecha onde, se não couber um pé de adulto, com certeza ele irá perder o tornozelo:


Aí, vem você e diz que eu exorbito quando mostro um mapa da nossa ilha com a sobreposição do sinal de “proibido o trânsito de idosos”?

Tudo bem! Eu concordo; foram mais que alguns instantes, foi aproximadamente meia hora de caminhada...

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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Ao Som do Berrante

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Nascemos e fomos criados, da metade do século passado para cá, sem muitos luxos, sem muitas inúteis dependências, mas crescemos saudáveis, não nos escravizamos ao consumismo e aos ditames dos que nos vêem como gado a ser tocado ao som do berrante.

Gosto do que gosto e me pauto pelo consumo daquilo que está ao meu alcance, me agrada ou não me faz mal.

O calor tem sido intenso, mas não temos ar condicionado porque ele faz mal a quase todos nós. Temos ventiladores de teto, mas são usados como exaustores, para fazer circular o ar. O vento direto – disse-o em uma croniqueta já antiga – somente o que vem ao peito e ao rosto no tocar de uma motocicleta ou aquele que nos presenteia no mar aberto, na proa de uma embarcação.

Por esses motivos e não pela minha idade, como talvez venham a dizer alguns, fujo dos ares condicionados e não embarcava mais nos ônibus 154 e 155, porque aquele descontrole de temperatura me fazia mal.

Dia destes, por necessidade e falta de opção tomei um deles na Ana Costa mas, depois de mudar de lugar várias vezes, acabei descendo bem antes do meu destino, tal o frio que ali fazia. Esperei por outro, de outra linha... 

Sentei-me ao lado de uma senhora e comentei a estranha e desagradável aventura. Ela era da mesma opinião e também não mais viaja nesses ônibus areados e “wifizados”, feitos para a turma do dedão. O frio lhe ataca a garganta e já a deixou com gripe (se os doutos administradores pesquisarem, talvez cheguem a ver que vai crescer muito o número dos gripados nos ambulatórios municipais, especialmente agora quando as linhas “arejadas” já são muitas).

Ontem tomamos um dez para ir votar e era um desses novos, “afrescalhados” e, pior, nos mais novos, os degraus são mais altos, mais distantes do chão e eles têm somente duas portas (como os de antigamente), dificultando a locomoção interna. Faz uma tremenda falta aquela porta do meio. 




Entretanto, vocês que não sabem o que é andar de ônibus, nem irão perceber. E, se andassem, também talvez nem notassem, porque vivem no alheamento das funções públicas, andando em automóveis pagos por nós e, ainda pior, acabam reeleitos pela nossa incompetência em escolher, porque vamos no embalo das propagandas ou ao som grave/agudo dos berrantes boiadeiros.




Se vocês andassem a pé ou de ônibus, ao menos um dia na semana, teriam percebido os carros estacionados irregularmente (como nas fotos acima) ou o buraco junto ao meio-fio (nestas, abaixo):





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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Padrão Tiririca

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Saíramos de casa, passados vinte minutos do meio-dia, com destino um consultório médico na Avenida Dona Ana Costa, em Santos.

Ventava frio e caminhávamos depressa.

Quando chegamos ao cruzamento da rua Olinto Rodrigues Dantas, com a Avenida Ana Costa, o semáforo fechou para o trânsito dessa avenida e para os transeuntes no mesmo sentido.

Quando o primeiro dos automóveis, vindo da transversal, iniciou o cruzamento da via principal (onde os outros veículos já estavam parados na faixa de segurança), ele quase atingiu a lateral de uma perua escolar de número 174 (um veículo meio antigo), que ultrapassou pela direita os que estavam parados e cruzou no vermelho.

Uma ação criminosa e sem sentido, para ficar parado no cruzamento seguinte, com a Rua Dr. Carvalho de Mendonça.

Depois de mais um tanto de caminhada, também chegamos a esse cruzamento, atravessamos a primeira faixa de rolamento – na direção do Lar das Moças Cegas – e ficamos retidos no canteiro central, porque a abertura do semáforo para pedestres (entre eles, os deficientes visuais) se dá por raros segundos, no outro lado da via, que é para não reter em demasia os veículos automotores. Ao nosso lado, um casal de deficientes visuais ficou impaciente e o rapaz ia tentar atravessar, quando eu lhe disse que aguardasse. A maioria dos não deficientes acaba correndo o risco e atravessando no vermelho, porque o desinteresse ou a incapacidade dos gestores da coisa pública leva a isso.

Privilegiam o veículo automotor em detrimento do cidadão a pé.

Se você escrever para um jornal (como já aconteceu várias vezes) e ele publicar a sua observação, a resposta dos “responsáveis” invariavelmente abordará as estatísticas e os “padrões” europeus. Tomara os políticos brasileiros levassem em conta os padrões europeus na hora dos desmandos, dos salários e da produtividade.

Chegamos ao consultório e a televisão já estava ligada.

Abrimos cada um o seu livro e aguardamos.

Não demorou muito para entrar no ar a propaganda política “padrão Tiririca”, levada a cabo pelos dois partidos concorrentes à presidência da república.

Em matéria de nível de propaganda, fica difícil saber qual a pior.

Na hora da escolha, só poderemos nos pautar, mesmo, pelos exemplos mundo afora...
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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Cidade Perdida

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Na semana passada, no dia de encerramento do festival MIRADA, participamos de um dos "Encontrões" propostos pela organização do evento. Esses "encontrões" eram a oportunidade para jornalistas e para o público interessado, conhecerem o que há por detrás das cenas de cada um dos espetáculos apresentados, objetivo, estruturação, elenco e outras questões possíveis de serem levantadas junto a cada diretor das peças.

Nesse último evento, uma das últimas entrevistadas foi a diretora do espetáculo "Cidade Proibida" e, por me lembrar daquele bate-papo foi que me ocorreu dar este título a essa nossa conversa sobre a cidade de Santos. Ainda não uma cidade proibida, mas, com certeza uma cidade perdida que, em parte, ainda pode ser recuperada. Sim, pode ser recuperada em vários de seus aspectos, mas é preciso que todos se envolvam, que todos busquemos soluções, que cada um de nós faça a sua parte e que todos cobremos (no sentido coletivo) de cada um de nossos representantes na Câmara Municipal e na Prefeitura (Executivo) o devido exercício de suas funções.

Chega de faz-de-conta...

Anteontem, colocamos aqui algumas fotos e fizemos alguns comentários sobre elas. Hoje, novamente, em uma saída de pouco mais de uma hora, encontramos pontos a serem mostrados e discutidos; não porque busquemos ver apenas o "negativo", mas em razão dele saltar aos olhos de quem ainda enxerga.

Passa-se ao lado do velho colégio Cesário Bastos - que nos traz lembranças do curso ginasial - e o olhar busca se entreter no verde das antigas mangueiras, cujos restos mortais ainda enfeitam o entorno, mas o que se descobre são parasitas, são ervas-de-passarinho secando a vida desses espécimes. Toda a flora da nossa cidade, infelizmente, passa pelo mesmo estado de abandono ou é vítima do mesmo crime de omissão proposital.


Pouco antes - durante a espera, em um ponto de ônibus, na avenida Washington Luiz  - já nos chamara a atenção o som da brecada e o escorregar dos pneus na areia, sobre o asfalto, à margem de um enorme buraco, cavado na semana anterior e que permanece sem que se restaure o piso original.



Saímos do ambulatório da Santa Casa - ali, onde ficava a empresa A.D. Moreira, na Vila Mathias - e seguimos pela avenida Rangel Pestana, a caminho da NET (eram oito horas e essa empresa só abre às nove; perdemos a viagem, mas valeu o passeio e são excelentes as bananas-prata que compramos na Marechal Pego Júnior) e um trecho de calçada muito rampado (torna-se comum em uma cidade onde não existem mais fiscais-de-obras), parecia mesmo a rampa do mercado ou uma daquelas rampas de barcos, na Ponta da Praia.

Excelente para deficientes físicos que andam de muletas ou tenham uma das pernas mais curta...Mas isso só vale na ida ou na volta, nunca nos dois sentidos.

Um desnível de, no mínimo, trinta centímetros.


Já que falamos em deficientes físicos, pretendíamos voltar a abordar também as "catapultas" construídas nas esquinas (especialmente na Avenida Costa, em toda a sua extensão), durante a gestão municipal anterior, para "facilitarem" a vida dos cadeirantes e daqueles que usam outros aparelhos e têm dificuldade de locomoção. Todavia, para não cansar o leitor (se é que haverá algum!) decidimos deixar para amanhã ou depois...

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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Acefalia

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Acefalia é apenas um dos males que afeta os serviços públicos em geral. Pode até ser o maior deles, mas a solução para todas as questões afeitas ao poder público passa principalmente pela consciência e atuação efetiva dos profissionais de todos os níveis e que militam em cada área de atividade.

Insistimos muito e sempre sobre a urgência do despertar do funcionalismo como um todo, porque o chefe de um poder e os seus secretários não podem e não conseguem controlar o que deveria estar sendo feito por todos os seus subordinados.

Vem abaixo alguns exemplos só de hoje pela manhã e que foram colhidos a caminho de um consultório médico.

Este primeiro exemplo não tem imagem ilustrativa, mas basta que se pare ao lado de uma faixa de pedestres e observe o que pode ser chamada de "campanha do aleijão". Para tanto, acredite na educação dos nossos motoristas e no resultado de uma campanha pré eleição, no ano passado. 

Desça da calçada para a primeira listra branco/apagada da "faixa de segurança" e estenda o braço, com a mão espalmada, em sinal de pedido de preferência ou direito de passagem. Pode ser que aconteça o milagre de um motorista parar, mas tome todo o cuidado, porque nas linhas paralelas, nas outras faixas de rolamento, outros motoristas continuarão o seu percurso e você corre o risco de ser atirado à distância.

A outra possibilidade é você ter o braço arrancado, o relógio furtado por um ciclista na contramão ou o pé esmagado pelo motorista que vai fazer a conversão logo a seguir e nem viu que o seu braço "já era".

O segundo exemplo da total falta de fiscalização, é a calçada ocupada por tudo o que se imagine, em detrimento do passante, do pedestre, daquele que não anda "motorizado"...


Ah, mas esta placa foi colocada hoje!

Não! Esta placa é colocada ali todos os dias, há meses.

Em horários de maior movimento, o fluxo de pedestres em um sentido deve esperar pela passagem dos outros que vêm em sentido oposto.

Na imagem a seguir, vemos um veículo que está estacionado dentro da curva, em situação irregular e ali está desde ontem - há mais de 24 horas - em uma avenida de intenso movimento de veículos.

Alguém cuida? Alguém vê? Alguém faz alguma coisa? Os funcionários da CET estão escalados para fiscalizarem estacionamentos regulamentados...O trânsito? Ora, o trânsito!


Na volta para casa, na rua Cunha Moreira, um buraco aberto por "alguém" permanece sem reparo, apenas com areia e rebaixado. Vai ficar assim até quando? Sabe-se lá!


Estão quase todos apenas preocupados com as "faltas-lei", faltarás, faltarei...

Ah, claro, com as licenças-prêmio...

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sábado, 30 de agosto de 2014

Deficiências

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O campo das deficiências é amplo, muito mais amplo do que se espera à primeira vista.

* Para quem preferir ler com letras maiores, basta acionar ao mesmo tempo as teclas "CTRL"   e   "+". A cada ação as letras irão aumentando. Para retornar as letras ao tamanho usual, basta acionar, também ao mesmo tempo, as teclas "CTRL"    e    " - ".

Quando se ouve falar em deficiência visual, logo vem a imagem de alguém com reduzida ou total capacidade de visão, por conta de problemas nos olhos, mas existe também a incapacidade visual por problemas de raciocínio, daqueles que não enxergam por pura deficiência de alcance mental ou intelectual. É o que ocorre com uma parcela das pessoas que trabalham na administração pública e o exemplo virá a partir da foto abaixo, feita nesta manhã, na confluência das avenidas Conselheiro Nébias e Afonso Pena (Francisco Glicério)...


Não vamos comentar o aviso escrito para os deficientes visuais, apesar da intervenção correta ser um sinal sonoro em todos os locais de travessia sinalizados, pois serviriam também para alertar os maus motoristas, aqueles que aproveitam para atravessar no vermelho, sempre com pressa de chegarem "ontem" ao seus destinos, apenas porque saíram tarde de casa.

O que queremos comentar - o mesmo que vimos fazendo há anos, sem que as respostas nos convençam, apesar de sempre usarem o exemplo de "no mundo todo é assim" - é a estupidez que acaba levando muitos pedestres a atravessarem no vermelho. Essa "estupidez" enraizada faz com que se continue dando preferência desarrazoada aos veículos automotores em detrimento dos pedestres. 

Nesta cena acima, nós estávamos esperando - no canteiro central - que o sinal abrisse para concluirmos a travessia iniciada na outra pista. Todos os que vinham conosco atravessaram a outra pista no "vermelho", para não terem de ficar esperando, aqui, como nós estamos, porque esperamos a abertura do sinal do outro lado e conseguimos apenas chegar ao canteiro central.

Como eles não vão entender, serem obrigados a explicar, mesmo que eles continuem teimando e não aceitando as sugestões feitas através dos anos.

* "Em avenidas com duas pistas, é importante que o semáforo para travessia de pedestres abra simultaneamente dos dois lados"...



É somente isso; nada mais.

Já que estamos por aqui, falando em "deficiência visual", vamos aproveitar e mostrar novamente alguns exemplos da deficiência funcional e visual que acomete grande parcela daqueles que gerem a coisa pública à nossa custa...

Na foto seguinte, uma das "catapultas" para deficientes físicos e visuais, na esquina da rua Álvaro Guião com Avenida Ana Costa.



Nestas duas outras, os "rampões" ou "catapultas" que abundam pela cidade. 

A primeira delas defronte do escritório da CET, na Vila Mathias. Saliente-se que, neste ponto, não há semáforo para travessia e a cada dia mais, a maioria dos motoristas não respeita as faixas de segurança...Só não vê quem não quer.



A outra, defronte do ambulatório da Santa Casa, na Avenida Ana Costa, na Vila Mathias.



Lembrando que essas "catapultas" e esses "rampões" se enchem de água quando chove e ficam dias obstruídos para quem não ande de canoa.

Vamos ficando por aqui, porque já demos bastante material para vocês pensarem, compartilharem e nos ajudarem a tentar mudar esse quadro caótico, onde todos são vítimas da falta de educação, da inépcia e do descaso. 
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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A Inércia, A Inépcia e o Silêncio Cômodo

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Talvez eu tenha andado distraído em relação ao conteúdo dos jornais da região, mas ainda que pesquise em alguns deles, acabo não encontrando nenhuma informação sobre a demolição do cinqüentenário edifício do SENAI, na Ponta da Praia.
Andamos cada vez mais alheios, apressados; parece que ninguém sabe e ninguém mais vê nada.





As calçadas da nossa cidade estão cada vez mais deterioradas e o prejuízo é dos pedestres que, além das dificuldades para locomoção, ainda acabam sofrendo acidentes.
Padrão – se houve – não existe mais; cada um faz o que bem quer e como quer, a começar pela prefeitura, que licencia espaço destinado ao transeunte para colocação de mesas e cadeiras ou, então, aluga esses espaços para ambulantes de todos os tipos de comércio. É a baderna instituída.
Alguns comerciantes - além de construtoras e de particulares - avançam com desníveis sobre as calçadas, criando armadilhas perigosas. Ao invés de criarem desníveis para facilitar o acesso de veículos dentro do espaço que lhes pertence, muitos deles têm se aproveitado da falta de fiscalização ou do descaso proposital, para criarem calçadas inclinadas ou avançarem rampas sobre elas, apenas para não interferirem no espaço interno de seus imóveis. Basta querer ver o que vem acontecendo por toda a cidade.





O asfaltamento é falho na maioria das ruas e avenidas. Remendos de ocasião tentam dar a impressão de interesse e de cuidado, mas é só ilusão.
Buracos sobram pelas avenidas, colocando em risco a vida de motociclistas ou danificando os veículos de quatro ou mais rodas (como este, defronte da Policlínica, na Avenida Conselheiro Nébias, fotografado em 11/8/14).



As lixeiras deixam de ter eficiência, quando as que são avariadas pelo próprio serviço de coleta, não são repostas, fazendo com que o lixo de regiões mais amplas se concentre em apenas uma caçamba e ao redor dela.




Por total falta de fiscalização, na maioria dos semáforos alguns motoristas inconscientes ou apressados em excesso, acabam atravancando as transversais, fechando cruzamentos, sem um mínimo de noção de respeito e bom senso.
A foto a seguir foi feita no cruzamento da Avenida Conselheiro Nébias com Avenida Francisco Glicério, local onde é comum que se veja o trânsito paralisado na avenida principal, por conta dos "profissionais" que fecham o cruzamento.


A foto foi feita de dentro de um coletivo que seguia no sentido praia/cidade. A Avenida Conselheiro Nébias tinha estado bloqueada por vários minutos.
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quinta-feira, 24 de julho de 2014

. . . Da Inutilidade

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É malhar em ferro frio esse falar sobre a inutilidade da maioria dos “serviços” e dos agentes públicos; todavia, sempre resta uma esperança e ainda se insiste na tentativa de ver algumas coisas boas acontecerem.

Das coisas ruins andamos cansados.

No texto escrito e publicado ontem - aqui mesmo, em Santos Comentada – falávamos de um trecho de calçada onde o trânsito de pedestres é impedido pela sujeira e pelos materiais inservíveis que ali se depositam com descaso e aparente naturalidade; emendamos com uma crítica sobre um automóvel estacionado sobre uma faixa de segurança. 
Duas fotos ilustram aquele texto.

Ainda ontem, à tarde, ao vermos a dificuldade de um motorista de ônibus para manobrar em determinado trecho da cidade – precisando dar marcha à ré para conseguir prosseguir em sua trajetória – fizemos a foto que se segue e que mostra o descaso, o desinteresse e a incompetência de boa parcela dos gestores das coisas públicas.
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Vamos aproveitar este momento e reiterar o alerta e os protestos já feitos aqui e até através da “Ouvidoria Pública”, sobre o desrespeito de muitos com os sinais de trânsito e com o caos que já se adona irreversivelmente da nossa cidade.
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Vivemos a esperança de despertar o alcaide, a tempo de mudar o que precisa urgentemente ser mudado.
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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Santos Comentada: ...Mancadas

Santos Comentada: ...Mancadas: . . . A informação sobre o horário da palestra do Rodrigo Viana estava furada. Propositadamente furada – soube depois. Ela será some...

...Mancadas

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A informação sobre o horário da palestra do Rodrigo Viana estava furada. Propositadamente furada – soube depois.

Ela será somente às vinte horas e eu aproveito para escrever o que não consegui durante o dia.

Hoje, logo cedo, fui ao ambulatório da Santa Casa para levar o “material” coletado e aproveitei para fotografar a imundície na calçada interditada pelo lixo e velhos móveis, na rua Julio Conceição.
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Depois fiz a foto de um automóvel estacionado sobre uma faixa de segurança e notei o agente da CET, de motocicleta, passando no vermelho, fazendo que não via aquela outra infração.
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Tomei um ônibus, um pequeno coletivo abarrotado e fui até a região do Gonzaga para fazer as chapas dos pulmões.

Ao invés de tomar outro coletivo ali mesmo, decidi ir mais adiante e tomar um café com o Júlio.

Passei no salão do Beto para dar um abraço no Marcão. Fazia tempo que não passava por lá e pude perceber como o espaço está mais triste, sem o sorriso do Celso.

O telefone toca algumas vezes e eu creio que o Júlio esteja ocupado. Fica para outra hora!

A banca do Brizolinha ainda está fechada.

Atravesso pelo shopping e fico aguardando a abertura do semáforo de pedestres, na “Floriano” (Marechal é a Deodoro!); soa o breque de um automóvel que quase atinge a velha senhora oriental (chinesa, talvez!) que continua impassível em sua travessia irregular e manquitola, apoiada em uma bengala, talvez tentando o suicídio.

Atravesso ao sinal livre e me encaminho para o ponto de parada de ônibus, mais adiante.

Uma senhora, com jeito de ter alguns anos mais que eu, dá uma “corridinha” para atravessar a avenida e tropeça. Talvez ande querendo se vingar e onerar o seu plano de “saúde”.

Vinte metros adiante, uma faixa de pedestres com semáforo seria a opção mais racional...Em um país civilizado.

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terça-feira, 15 de julho de 2014

SUS - Uma Cartola de Mágico

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A Santa Casa de Misericórdia de Santos, assim como algumas outras Santas Casas país afora, está com as calças nas mãos (não há termo mais correto, apesar de sua crueza e aparente grosseria).

Poder-se-ia até falar em falha gerencial, mas nos parece descabido que todas elas estejam em situação semelhante; endividadas até o pescoço, pondo em risco total o seu patrimônio e deixando-as em ponto de fecharem as portas.

É descabido e inaceitável que as mazelas das administrações públicas, assim como a irresponsabilidade e a insensibilidade da classe política ponham em risco – maior, agora - a existência de um hospital que resistiu a tantos momentos históricos ao longo de quase quinhentos anos. Isso mesmo! Quase cinco séculos, que serão - ou seriam - completados dentro de alguns anos. Sim, o hospital da Santa Casa de Misericórdia de Santos foi erigido por Brás Cubas no Século XVI (a obra foi concluída em 1543) e a incompetência, o descaso, a insensibilidade e a venalidade dos gestores da coisa pública poderão levar esse legado monumental a "baixar as cortinas".

Aí, então, não faltará mais nada de que nos envergonharmos.

A história do desgoverno na administração pública – que não é de hoje – vem fazendo do Sistema Único de Saúde uma verdadeira cartola de mágicos, de onde cada um deles vai sacando o que queira.

Contratos espúrios com fornecedores de bens e de serviços, medicamentos com valores superfaturados em manobras contábeis descabidas, somadas à aquisição criminosa de milhares de veículos que apodrecem sem uso por terrenos baldios, acabam desequilibrando as contas; o “acerto” se faz com o pagamento de valores irrisórios por serviços prestados por esses hospitais.

 “Santas Casas”, as que atendem a esse sistema caótico e falido, minam a própria saúde como se a benemerência fosse um único fim em si mesmo ou a serviço do interesse de alguns.

A saúde roga por milagres e as Santas Casas, por misericórdia.

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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Média

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Não tenho nada contra esse representante de uma parcela dos eleitores da Região da Baixada Santista e não fui contra ou a favor de sua cassação temporária, porque não entendi o conteúdo das alegações e nem mesmo das considerações que o levaram de volta ao legislativo estadual.

Entendo que faz parte do jogo do poder e da permanência em cena, esse estar sempre em evidência, mas o “fazer média” nem sempre traz resultados positivos ou atende o anseio da população.

Ainda que o projeto recente - que pretende criar a Farmácia Popular Sobre Rodas - talvez atenda o interesse de quem mora em locais mais afastados, a adoção do sistema vai abrir espaço para que o furto e o roubo de medicamentos se torne mais uma realidade a ocupar espaço nas estatísticas policiais.

É esperar para ver.
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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Contra

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Nós não somos contra o VLT, mas somos e sempre fomos contra os conchavos e as burlas todas contidas nos contratos dessa obra, que mal começada já apresentava aditamento de vinte e dois por cento sobre o preço original.

Não, não somos contra o projeto, mas fomos e continuamos sendo contra a mudança de traçado, para atender o interesse comercial de três ou quatro grupos específicos.

Não somos contra o VLT, mas fomos e ainda somos a favor do MP e de sua interferência, para que o traçado original fosse cumprido e que as mudanças e as manobras todas, que vão aparecendo aos poucos, não favoreçam empreiteiras e prejudiquem os cofres públicos com os já usuais e imorais aditamentos contratuais.

Não somos contra o projeto, mas somos contra as mentiras e a desfaçatez, que acabaram fazendo com que parte do traçado – suspenso temporariamente a pedido do MP - fosse retomada logo depois, por conta do “atraso” e dos alegados “custos” da paralisação, que poderiam chegar a três milhões de reais diários. Isso sem contar o atraso na data de entrada em funcionamento desses trens.

Passados esses dez ou doze dias de paralisação determinada pela justiça, teve início a propaganda quase diária na imprensa, relatando o andamento veloz das obras no vizinho município de São Vicente e o atraso das obras em Santos, colocando boa parte dos “inocentes” e dos tolos de conveniência contra o Ministério Público, fazendo de seus representantes os vilões dessa situação comprovadamente vergonhosa.

No final, todos os interessados mais diretos conseguiram o que queriam, mas as obras, agora, estão sem poder prosseguir, porque o mesmo governo que gere o projeto e os contratos, através de uma empresa de economia mista, ainda não conseguiu espaço para transferir o posto comunitário da Polícia Militar, que fica no meio do traçado, exatamente naquele trecho antes embargado e que gerava “custos e atrasos desmedidos”.

Você acha pouco?

Você ainda quer mais?

Pois bem!

Ontem, a imprensa dava conta da situação, com extensa matéria sobre o VLT, mostrando que as obras que “estariam” quase prontas em São Vicente, terão de esperar mais dois anos (até 2016) para que se construam dois pontilhões na região cortada pela Rodovia dos Imigrantes.

Eu posso até dar a impressão de ser do contra - por não ser vaca de presépio - mas a realidade diz que eu não sou marionete, como os inocentes de ocasião  e os tolos de conveniência...
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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Histórias da Carrocinha

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Induzidos pela capacidade de convencimento que acompanha todo o político e pela propaganda maciça onde o poder público investe grande parcela do dinheiro não desviado, o eleitor brasileiro acaba crendo em histórias da carrocinha e acaba caindo em contos da mesma origem.

Ontem, a presidente da república esteve na cidade de Santos para comunicar a liberação de verbas para obras essenciais ao trânsito de veículos.

Veio fazer propaganda, veio reforçar o apoio ao seu candidato ao governo do estado, assim como também veio o atual governador com o mesmo objetivo pessoal e eleitoral.

Durante a sua digressão político-eleiçoeira, a presidente aproveitou para colorir a imagem desgastada da estatal petrolífera – emaranhada em escândalos vários e de tamanho desmedido - afirmando que os frutos do pré-sal irão, a partir de dois mil e dezessete, beneficiar as áreas da saúde e da educação, ao longo de trinta e cinco anos.

Partindo do pressuposto que o pré-sal não seja uma “barca furada” - quando o mundo todo navega por outros mares e por outras rotas - e que vai haver seriedade bastante para que se invista realmente em saúde e educação, qual a razão de não estarmos fazendo isso, hoje?

Afinal, tem sobrado dinheiro para construirmos portos no estrangeiro, beneficiando parceiros políticos e empreiteiras financiadoras de campanhas. 

Ainda partindo do pressuposto de que tudo vai dar certo, por qual razão um espaço de tempo específico? Em trinta e cinco anos a fonte vai secar ou é apenas mais um número para ludibriar o ouvinte crédulo e inocente?

Inocência talvez não!

Por que esperar mais três ou quatro anos pelos royalties do pré-sal, se temos vinte e quatro bilhões já investidos em uma refinaria que está sendo construída no Brasil para refinar apenas o petróleo da Bolívia?

Por que esperar esse tempo todo, se estamos em condição de perdoar as dívidas contraídas conosco por outros países?

Você, que chegou até aqui, com certeza percebeu e sorriu ao ler sobre as histórias da carrocinha...

O que ali foi escrito está correto, foi consciente, porque – embora desrespeitemos os de quatro patas – tudo isso que se vê na política, não passa da mais pura “cachorrada”.

Se você se escandalizou com o que leu, então fique atento e não perca o pique da bola, porque o que não se vê ou não se lê, é ainda pior.
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