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Uma grande
parcela das obras públicas executadas em Santos (só posso falar daquilo que
vejo) parece ter sido projetada e supervisionada por engenheiros de moenda de
cana.
Algumas vezes, a
vontade que se tem é a de usar de expressões mais adequadas para classificar
essas “obras”, mas seria deselegante para com o eventual leitor.
Temos escrito
sobre muitas delas e também sobre os tais “aditamentos contratuais” que as
oneram sem promover qualquer melhora nos projetos.
Hoje, ao invés
de tomar o VLT na estação Bernardino de Campos, decidi caminhar mais um pouco e
pegar o bonde na estação Pinheiro Machado.
Apesar dos
desvios da rota original, no trecho compreendido entre os canais 2 (Bernardino
de Campos) e 1 (Pinheiro Machado) uma calçada larga permite que se caminhe à
vontade e com segurança (até o ponto em que a via carroçável cruza os trilhos),
quando a calçada simplesmente acaba e a travessia se faz por cima do "gramado".
Depois volta-se à calçada que já não é mais tão larga mas permite que se
transite com segurança. Entretanto, chega-se a um ponto onde ela simplesmente
acaba, mas, para que se possa continuar a pé e cruzar a linha férrea, há que se
caminhar pelo trilho já aberto no gramado e que vira um lamaçal em dias de
chuva,
Depois desse
trecho e dessa travessia, chega-se ao Canal 1 e, para cruzar a primeira das
pistas da avenida, há que se adivinhar quando o semáforo fecha ou quando irá
abrir, porque não existe qualquer sinalização para o pedestre além da faixa (o que não é
incomum).
Feita essa
primeira travessia, chega-se ao outro lado do canal e há que se dividir espaço
com a ciclovia que o margeia, pois o espaço reservado para a espera pelo
trânsito livre, mal acomoda três pessoas, lado a lado, em um pedaço de chão
tomado ao capim que tanto agrada aos gestores e que em dias de chuva é lama
pura.
É o que merecemos
por nos calarmos, por votarmos de olhos fechados ou em quem nos indica o mantenedor
do cabresto.
Carlos Gama.
21/05/2018