segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Zoneando



Tire a chupeta da criança, para ver se ela não berra.

Qualquer mãe, pai ou mesmo um leigo que seja observador, sabe do resultado dessa história da “chupeta”.

Daí, concluir-se que o alcaide santista tinha plena consciência do resultado de sua escolha tão antecipada para candidato ao trono.

Durante anos – duas gestões – ele manteve o mesmo grupo coeso que já apoiava, e continua apoiando quando solicitado, o alcaide anterior. Agora, ele perdeu o apoio “sincero” de um bom grupo, que por ter perdido a esperança da indicação, já vota contra os interesses, às vezes escusos, da administração municipal capenga.

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente, promove audiências públicas para que a população opine sobre as propostas oficiais de zoneamento ecológico da região.

Quem já tem alguma experiência em participações nas tais “audiências públicas”  sabe que é perda de tempo, porque as cartilhas já estão prontas e só nos cabe rezar por elas. Aí, depois de implantadas as mudanças que queiram os senhores administradores da coisa pública, a responsabilidade pelos erros recai sobre o povo.

A região já anda uma balbúrdia e querem zonear mais o quê?

* Em 2012 serão 21; use o bom senso e não reeleja nenhum. 

domingo, 30 de outubro de 2011

Faltam pedriscos e...



Nós, que não dormimos no ponto, vimos observando que não faltam somente pedriscos nas obras públicas paralisadas; devem faltar muitas outras coisas nesta nossa cidade, mas a relação fica por conta do leitor.

Até hoje não se entende quais as razões da existência, ainda, da PRODESAN (Progresso e Desenvolvimento de Santos), uma sociedade de economia mista e inutilidade pública, que onera o município em seus cofres e em suas obras paradas ou malfeitas. Em passado recente, apenas com a mudança de posição em uma das letras de seu nome, já andou sendo relacionada com a podridão que afeta a coisa pública.

Ao menos duas ruas em Santos estão em petição de miséria, com as obras paradas há um mês por falta de pedriscos. Ora, como é que se começa uma obra sem a garantia do material necessário? Será que faltam pedriscos para alguma das dezenas de torres que estão sendo erguidas simultaneamente na cidade?

Com certeza, não!

As construtoras garantem os pedriscos e muito mais elementos necessários para o andamento de suas atividades.

Falando nessas torres, ontem, somente ontem, um vereador dos mais antigos, levanta a lebre sobre a falta de condições na rede elétrica – apagões diários não têm faltado - para atendimento dos milhares de novas residências na cidade. Deveria falar também da rede de esgotos,  que saturada flui pelas calçadas em vários locais. Deveria analisar, ainda que tardiamente, a rede viária e poderia continuar pelo mesmo caminho, se outros interesses não falassem mais alto. Bem mais alto.

Hoje, são dezessete vereadores e faltam verbas para manter programas culturais de baixo custo, como "Poesia da Terceira Idade", mas afirmam eles que o acréscimo de quatro vereadores não aumentará as despesas da "casa". 

* “Em dois mil e doze serão vinte e um. Use o bom senso e não reeleja nenhum”.


sábado, 29 de outubro de 2011

Marcas



Santos toda, desde ontem, recende esse cheiro denso, forte e incômodo do algodão queimando aos pouquinhos. A água jorra das mangueiras enquanto o fogo luta para se manter vivo, no interior dos fardos, lavrando quieto.

O inquérito sobre o pátio de veículos continua, novos documentos se juntam às desconfianças, aos indícios e aos fatos, é tão forte o cheiro das possíveis falcatruas, que faz com que, até os edis, se decidam pela abertura de uma Cê Pê I. Se vai, não se sabe. É só aguardar, ter paciência e muita memória.

O cheiro que o vento carrega por entre os prédios altos, pelos corredores entre torres, penetra nas narinas e vai deixando na cidade outras marcas, outros odores além dos do algodão em brasa.

Mais dia, menos dia, nos esqueceremos e nem mesmo o cheiro ficará e se nos perguntarem algures sobre o passado que nunca se desvincula do presente, nada saberemos dizer, pois o vento levou a nossa memória, também.
 
 

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Os Flashs de Um Dia



A manifestação oficial do alcaide santista, escolhendo para candidato à sua sucessão o secretário Aquino, foi um coice nas pretensões de muitos políticos da cidade.

O presidente da casa de leis santista, que é do mesmo partido do prefeito, do presidente do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, entregou o diploma de cidadão emérito a um industrial da capital, que acabou de se bandear para o time deles. 

É a cidade e o dinheiro público a serviço da politicagem irresponsável.

Por medida de economia, extinguem-se projetos culturais de baixo custo, mas, esbanja-se dinheiro nessas festinhas de interesse pessoal.

O governador do estado, como um velho beato desmemoriado, volta a fazer as mesmas promessas sobre o transporte público na Região da Baixada Santista. 

A fabricante dos trens faz valer a sua insistência.

A novela sobre o pátio de veículos da CET ainda vai dar muito pano para mangas. Os “vivos” silenciam enquanto o pau quebra. Mente um, desmentem três e nem a polícia sabe mais o que fazer com tanta sucata moral.

As sessões da Câmara Municipal cada dia mais se assemelham a um espetáculo circense, com alguns edis se esmerando nas encenações para a platéia. Enquanto isso, a tal “Tribuna Cidadã” continua sendo enredo para inglês ver.


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Já Era Tempo



Já era tempo do presidente da casa de leis santista ter aprendido a ficar calado ao invés de falar, falar e só dizer besteiras.

A última mostra de sua capacidade foi dada ontem, quando questionaram a ineficácia da tão propalada “Tribuna Cidadã”, uma figura da politicagem que, em tese, estaria aberta para a manifestação popular.

Como as regras impostas pela casa só permitem que se manifestem representantes de “entidades” registradas na cidade, os cidadãos  comuns ficam impedidos de usar a tal “Tribuna Cidadã”, essa figura decorativa criada pelos politiqueiros de plantão.

Apesar de insatisfeitos, os eleitores ainda não aprenderam a votar, a melhor escolher os administradores das suas cidades e, aí, devem ter de continuar convivendo com esse quadro circense e de mau gosto.

Segundo o dirigente da casa de leis, a limitação existe para impedir, por exemplo, que um morador de rua – que não tem representatividade – queira se manifestar naquela tribuna.

Na visão daquele parlamentar, um cidadão que tenha sofrido redução de sua condição econômica, levado por questões puramente materiais ou, até, talvez por uma desilusão amorosa  e tenha ido morar na rua, perde a sua cidadania.

Saiba, então, senhor digníssimo vereador, que o dinheiro que o sustenta oficialmente vem dos cofres públicos e que estes existem e subsistem pela contribuição do consumidor e um reles indivíduo (na sua acepção) que more ao relento, também consome e contribui para o seu sustento, ainda que lhe falte percepção para tanto.

Quando não se sabe o que falar, vereador, o melhor é ficar calado, dar ouvidos ao dito popular: "em boca fechada não entra mosca".

Deixe o verbo e a sua subserviência funcional para a defesa do Executivo. 

 
 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Parentela


Quando acontece alguma coisa com alguém da família ou com alguma coisa que é nossa, o sofrimento geralmente não tem medidas e os estrilos vão a qualquer parte, porque se quer ressarcimento e punição, às vezes até com a morte dos envolvidos.

Quando a pimenta é no rabo dos outros - diz um velho ditado – não arde.

É assim que vai a coisa na casa de leis de Santos, por conta de uma história que vem sendo abordada pela imprensa e tem como personagens secundários um inspetor da Guarda Municipal e uma jovem integrante do quadro, que afirma ter sido violentada por ele, duas vezes, sob ameaça.

Realmente os dois envolvidos no episódio são figuras secundárias, porque a cena principal foi tomada pela maioria dos edis, que defende a sobrevivência política da administração pública e quer porque quer abafar o caso a todo custo. Estes sim, são os personagens principais, os verdadeiros bandidos nesta história; o outro acabou como mero coadjuvante e a vítima...Ora, a vítima que se dane.

Falando em vítima que se dane...

Como anda a história do pedófilo e das quatro meninas de uma escola municipal da cidade?

 ?

sábado, 22 de outubro de 2011

Pós-Meridiano



Almoçado e satisfeito eu não vou ao leito, mas me deixo ficar na velha poltrona, tendo entre mãos um livro donde me falam de Moçambique e de suas muitas mulheres, algumas mais antigas, outras mais novas, fala-se de fios e de miçangas que nos vêm pelas penas do Mia.

O sono bate, me abate e me carrega consigo por qualquer canto das minhas velhas memórias ou pela imaginação daquilo que ainda não vivi e talvez nem viva.

Já até voei de parapente, mas me falta navegar mais longe, pelos mares que me rejeitam acolher definitivo já umas três ou quatro vezes.

Pesam-me as pálpebras,  cerram-se os olhos e eu navego pelos mares imaginados de António Freire, caço velas com Peralta ou então escrevo, como agora, pelas memórias de um Pedro  Batista ou de um José Maria. Quem diria!

Foi-se o sono, mas basta que eu volte à sala e me recoste, para que ele retorne e me tome novamente em seus braços paternais.

Vou-me!

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Talvez se estranhe este texto tão só meu e com pouco a ver sobre a nossa Santos. Há enganos, porque este texto fala muito da cidade, pois foi daqui que partiram três desses navegantes (António de Abreu Freire, João Jorge Peralta e Pedro Cesar Batista) a caminho e à busca de memórias ancestrais. Ah! É verdade, José Maria ainda embarca mais adiante.


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Os Amigos do Alheio


Alguns Secretários do Município de Santos e também certos ocupantes de cargos de confiança em empresas ligadas ao poder público municipal. já estão sendo chamados de “os amigos do alheio”.

Não! Nada disso. Não estão sendo chamados de ladrões, não. É que o prefeito, cada vez mais alheio, mantém nesses cargos os seus amigos, por mais incompetência que demonstrem.

Quem também confirma esse apelido do alcaide, é um de seus apoiadores sistemáticos (da turma do presépio), na Câmara, que reclama do desrespeito de coordenadores, chefes de departamento e secretários para com os vereadores, mas afirma que eles não contam com o respaldo do prefeito. 

É claro, meu caro, que o prefeito não respalda nem inibe, porque ele é totalmente alheio...

Ou, quase.


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Júlio Bittencourt


A grande desvantagem do tempo passado para os mais idosos é o afastamento que vão sentindo dos amigos que partem, muitas vezes sem nem mesmo uma despedida.

Vão, deixam esse vazio que nada preenche, mas deixam também lembranças, idéias, palavras, sorrisos e, para alguns, a certeza de um reencontro.

Só esta certeza do reencontro é que nos reconforta, Júlio.

Até breve!

* Haveria muito o que escrever, do que falar, para lembrar Júlio Bittencourt, mas por muito que se fale e por muito que se escreva, sempre seria pouco e, então, é melhor calar e deixar que cada alma ou cada lembrança fale por si mesma.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Bar Del


Com um “ele” a mais teria até cara de computador, mas este local, com um “ele” só, tem outras ligações com a computação.

Santos oficialmente incentiva a recuperação da área central da cidade, a reforma das velhas construções, cujas marquises subsistem escoradas por pontaletes de eucalipto e espera, sempre e só oficialmente, que as empresas voltem a ocupar os espaços degradados.

Entretanto, real e extra-oficialmente, nada faz para colaborar com o fim do circuito das drogas e da prostituição à luz do sol.

Crédula, a empresa estrangeira alugou um conjunto de escritórios na zona central – o termo vem a calhar – e promoveu a mudança de suas instalações para a esquina da Praça da República com a Avenida Senador Feijó, num prédio com vidros espelhados, às vésperas de um final de semana e convocou os funcionários para, no sábado, ajudarem a organizar os seus novos locais de trabalho.

As duas jovens funcionárias, acostumadas a cumprir religiosa e pontualmente os seus horários, chegaram um pouco mais cedo e encontraram as portas ainda fechadas.

Como não haviam feito o desjejum, decidiram tomar o café da manhã num dos estabelecimentos na vizinhança. Aquele local simples, com mesas comuns e aspecto de limpeza, fez com que se decidissem por ele.

Entraram e se sentaram à espera do garçom, que não demorou a vir atendê-las, solícito e liberal. 

Apoiou-se na mesa e com muita naturalidade perguntou:

-As meninas são novas no pedaço?

Só aí, as duas ingênuas perceberam que o local era antes de tudo a ante-sala de um bordel.


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Os Irracionais Não Vêem



Vez ou outra surge uma voz quase inaudível querendo gritar contra alguma das aberrações promovidas por aqueles que se instalaram no poder em Santos.

Totalmente despreocupados com a opinião pública silenciosa e com o seu bem-estar, o senhor feudal e seus vassalos fazem o que querem da cidade e de seus cofres.

A "Ciclovia das Palmeiras", na Avenida Ana Costa, além do desperdício de dinheiro, ainda vai gerar muitos problemas sérios e acabará exigindo medidas corretivas que irão deixar alguns bolsos ainda mais pesados; especialmente os das empreiteiras.

A descida do Morro da Nova Cintra, no Marapé, é um exemplo do descaso e da inépcia que tomou conta do feudo, onde as vagas são ocupadas em função de laços outros que não os da competência e da seriedade.

Para o alcaide santista a cidade deve estar sendo vista como o bolo de aniversário, que o moleque mal educado corta como quer e distribui os pedaços a quem lhe agrada.
 
 

sábado, 15 de outubro de 2011

Os Amigos Dele



Dentre as muitas obras rotas, com dinheiro despejado pelos ralos, está a do Orquidário Municipal santista e parece que ninguém se anima a fiscalizar de forma séria o que anda acontecendo por aqui.

Vamos deixar de lado as obras das ciclovias, das calçadas do canal três, do prédio dos bombeiros, do Aquário, do muro da Sorocabana e outras, para nos atermos somente a esta, porque é a que vem sendo mencionada nos jornais neste momento.

A obra foi iniciada em 2009, com custo previsto de dois milhões e meio de reais e prazo de conclusão para 2010.

Chegamos a dois mil e onze, com a obra se arrastando pelo chão da incompetência e os custos subindo aos píncaros da imoralidade, beirando já os onze milhões.

Acaba, não acaba, remenda, refaz, diz, desdiz, os adendos crescem, se multiplicam e os prazos se dilatam.

Meados de dois mil e onze, com pouco mais de trinta por cento da obra aparentemente concluída e a promessa da entrega é para novembro próximo. Quase dois anos em obras, para concluir trinta e poucos por cento e cinco ou seis meses para dar cabo dos outros quase setenta. 

É piada!

Não, não era, porque a empresa faliu. A coisa é séria, muito séria, embora pareça não ser vista.

Ontem, na presença dos vassalos do senhor feudal, o secretário responsável pela área foi dar explicações sobre o embrulho e diz que o prazo será o dia vinte e seis de janeiro – aniversário da cidade – se...Se baseado num planejamento correto – emenda ele.

Planejamento de quem? Correto onde? Até quando?

Talvez primeiro de abril…
 
 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Temporaneidade



Lia, hoje, no maior jornal do país, uma menção ao alvará provisório, concedido há três anos, para funcionamento do restaurante que explodiu ontem no Rio de Janeiro.

As razões do acidente, que provocou três mortes e ferimentos graves em algumas pessoas, ainda não foram esclarecidas, apesar das muitas conjeituras a respeito. Conjeituras sobre o próprio acidente – causas e facilidades - e também sobre a licença provisória, que pode significar muitas outras coisas.

Aqui em Santos, há semanas, é assunto dos jornais e das conversas, a investigação de furto de peças e de quase trezentos veículos, envolvendo a empresa meio fantasma que administra os pátios de veículos apreendidos pela prefeitura. Um desses pátios tinha licença provisória também há três anos e o outro nem licença tinha.

Juntam-se as duas notícias – a do Rio e a daqui – sobre licenças provisórias e tiram-se inúmeras conclusões plausíveis.

No aspecto positivo, as licenças provisórias ensejam as fiscalizações constantes, às vezes até semanais...

No aspecto negativo, percebe-se que é uma grande jogada, para o administrador da coisa pública tirar o corpo fora e dizer que, exatamente por conta das dúvidas a respeito da adequação do local, a situação estava sob estudos e, aí, a razão da licença provisória.
 
 

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Mal Compreendidos e Entendidos



Depois de haver contado uma história a respeito da proposta de pagamento de propina feita por um prefeito, a quem o deputado atendera em seus pleitos de verbas para seu município, ele agora se desdiz, rói a corda, tropeça nos cipós da mentira e afirma que foi mal compreendido, que o tal enredo era apenas um “exemplo didático”.

Nós procuramos melhorar a explicação, dizendo que teria sido uma situação “supositória”.

Fica melhor assim, senhor Deputado?

Será justo supor também que o senhor não merece ser candidato a mais coisa nenhuma?

Também entendidos em “bola” e em “dribles”, vários ex-jogadores profissionais de futebol estão sendo cooptados pelos partidos políticos, para comporem o quadro dos candidatos à vereança santista.

A seleção brasileira de política vai acabar tendo somente craques de bola.

Sai da frente povão que lá vem drible!
 
 

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Fantoches



Há pouco, à mesa do café, eu comentava algumas notícias de jornal e relembrava os tão comuns “laranjas”, que sempre pagam o pato em nome dos grandes infratores. Falava de laranjas, quando veio à minha memória a figura do gerente da tal empresa que administra os pátios de veículos apreendidos, aqui em Santos. 

Com certeza nunca virá a público o nome do dono ou dos sócios da tal empresa, mais provavelmente pelas possíveis ligações diretas com o poder.

Depois, por conta do comentário de minha companheira a respeito das dificuldades de garagem do prédio aqui defronte, eu contei um fato presenciado ontem, também em relação ao mesmo problema, em outro local.

Imagine-se o que será, depois que as centenas de espigões recém construídos ou em construção estiverem totalmente ocupados. Será o caos urbano em sua total extensão.

Onde o grupo supermercadista afirmava que não iriam construir mais um monstrengo de concreto - em lugar da sua loja - agora sairá um bloco de quarenta andares, na orla da praia santista.

Aí, já em tom de troça, eu analisava a malandragem que foram as tais "audiências públicas" para discutir as modificações nas regras municipais de ocupação do solo, promovidas pela Câmara Municipal da cidade.

Com a veiculação das audiências, datas e locais, mais a divulgação do prazo para as mudanças na legislação, as empreiteiras correram e protocolaram no afogadilho, quase duas centenas de novos projetos - dentro das regras (ou falta delas) antigas - que depois vão sendo corrigidos ao deus-dará. 

As propostas populares não foram atendidas, mas serviram para justificar o “alerta” e os prazos.

Nós, os tolos – pouco mais de duas dezenas de fantoches - ainda acreditamos que podemos colaborar para melhorar o mundo que nos cerca e acabamos participando da encenação, ao invés de ficar em casa lendo, escrevendo ou ouvindo música.

É, meu amigo (ele sabe a quem me refiro, porque era o único dos meus amigos a estar por lá), a idade vai chegando e nós continuamos crédulos...

Talvez, quem sabe, sejamos os bem-aventurados.

Já é um consolo!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Cálculos



Recebi, hoje, uma mensagem cujo título era “Cálculos Previdenciários”. 

Provavelmente propaganda. 

Mensagens que sobram às dezenas, todos os dias em cada caixa postal; são os tais “spam”.

Naturalmente deletei sem abrir e sem ler, claro.

Todavia gostei do título e me lembrei de escrever alguma coisa paralela (é para lê-la, por favor), que lembrasse a proximidade que existe entre os cálculos renais e os cálculos previdenciários...Os do INSS, naturalmente.

Só mesmo quem contribuiu para o engodo da seguridade social, durante quarenta anos e alguns meses - a maior parte do tempo sobre dez salários-mínimos e dezenove anos sobre vinte salários – recebendo hoje pouco mais de quatro destes salários-ínfimos, só quem teve a dolorosa experiência das cólicas renais pode entender essa relação tão próxima que afirmo aqui.

A sensação, em ambos os casos, é a de ter levado um grande pé no saco.


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Solidão Sem Razão



Sempre que devo esperar pela abertura de um sinal de trânsito para travessia de pedestres, bate aquela solidão irreparável, enquanto eu observo velhos e moços, pais e filhos, adultos e crianças, todos cruzando impávidos o caminho da morte que espreita silenciosa.

Algumas vezes eu meneio a cabeça em movimento de crítica e outras vezes acabo falando sozinho, baixinho, das minhas saudades do interior, das boiadas alheias cruzando caminhos poeirentos pelo sertão.

Raras, raríssimas vezes eu encontro companhia. A de outro dia era uma mãe temporã ou uma jovem avó, que mantinha segura pela mão a filha ou a neta, lá pela casa dos dez anos de idade. Ao sinal verde para nós, atravessamos em conjunto e, enquanto eu ouvia a senhora explicando razões para a mais nova, aproveitei para cumprimentá-la pelo exemplo, pela educação, mas fui interrompido por um motorista que já ia avançando sobre a faixa; parei e lhe mostrei o semáforo vermelho para veículos.  Só isso!

Aos pouquinhos vamos perdendo a capacidade de raciocinar ou nos esquecemos o caminho da lógica, porque queremos voar no tempo, mesmo que nada tenhamos a fazer nessa pressa sem razão.


domingo, 9 de outubro de 2011

Quarta de Cinzas



Esse pessoal anda pensando que a CET vai servir como cortina de fumaça para encobrir outros desmandos que vêm acontecendo dentro da administração pública santista, mas os cidadãos - ainda que poucos - acham que a coisa vai bem mais adiante, porque há muito que se apurar...Se houver quem apure.

O puxa-saco-mór já vem dizendo que a sujeira vai acabar respingando no prefeito que, segundo ele, não tem culpa no cartório. 

Está muito enganado o senhor carrapato maior, porque a culpa no cartório já começa quando alguém é eleito, assume de direito e não de fato, a condição de chefe maior do executivo de uma cidade. 

Neste caso, ainda que possa não haver culpa direta, ela existe por omissão, mas o caso aqui não é só este, porque a coisa vem destemperando faz tempo e o alcaide não assume o controle do fogão e nem quer saber como e nem por que o angu está grudando no fundo do panelão municipal.  

Esta fantasia da Martha vai dar muito pano para mangas e ajudar a vestir muitos outros intérpretes que nós queremos ver “dançar” neste carnaval municipal, antes que chegue a quarta-feira e tudo acabe em cinzas.  



sábado, 8 de outubro de 2011

As Mulheres Bancam o Anonimato e a Impunidade



A Martha é a Martha, uma anônima que tem contrato com a CET, que não tem nada a ver com fiscalização sobre a empresa, que tem ares de fantasma, mas que deve ter um dono que tem nome e ligações estreitas com gente de costas largas.

Contam histórias, dão notícias sobre coisas que seriam públicas, mas o nome do dono fica no anonimato. Tem coelho nesse mato. 

Sai!

Onde andará o velho comerciante que, diziam os jornais, andava “papando” meninas de uma escola pública de Santos?

Evaporou?

Será sócio de algum daqueles clubes?

Será rico e os pais das meninas serão pobres?

Os agressores da moradora de rua foram mesmo indiciados?

Acontece tanta coisa por aqui, que fica fácil tirar do noticiário alguém que tenha influência suficiente para tanto.

É Alice, este é mesmo o país das maravilhas...Para eles.


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Com Posição


Todos os partidos políticos procuram figuras de evidência para puxarem votos dentro deste arcaico e imoral sistema eleitoral vigente. Assim elegeram o espertalhão do Tiririca e, agora, ele arrasta o filho para o caminho das mamatas. Todos mamam, uns nos outros e quem os sustenta são as tetas da rês pública.

O que importa é o eleitor – diz o prefeito, na novela.

Em breve devem baixar o limite de idade para votar.

Quer apostar?

Jogo é contravenção!

Então, aposto, que em dois mil e doze...

Doze é burro!

Não jogo mais, para não cair nesse grupo. 

Antes, só dava cachorro com dezessete e agora dizem que é vez da cabra com vinte e um.

Virou moda encaixarem jogador de futebol para concorrer em eleição.

Será porque eles também são bons de drible?

Sei lá!


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Pedras em Sapatos



Há alguns meses, quando surgiram denúncias de veículos depredados na rua, sobre calçadas, na Caneleira, enquanto estavam sob a guarda da CET Santos, pensávamos que alguém fosse “dançar” mas, quando nada aconteceu, foi possível perceber que alguma coisa estava muito bem encaixada nas encostas do Morro do Jabaquara e não sofreria nenhum abalo.

Anteontem, quando a polícia começou a apurar abertamente os crimes havidos nos pátios da Martha e a direção da CET dizia que só iria discutir uma possível quebra de contrato, quando estivessem concluídas as investigações, confirmou-se que a Martha era mesmo uma rocha.

Entretanto, passados dois dias, essa rocha se transformou numa pedra no sapato de muita gente e, aí, a coisa não teve mais jeito a não ser tomarem medidas pouco simpáticas a alguns e acabarem com as mancadas.

Hoje, o presidente da CET se desdiz e afirma um pronto distrato.

Socorro!

Está na hora de reverem também os contratos com as empreiteiras, mesmo que isto possa significar menos verbas de campanha.

O prefeito abre o jogo e declina o nome do seu candidato à sucessão; um verdadeiro azarão que faz com que o alcaide não se indisponha com o seu antecessor, padrinho e mentor, que também quer voltar ao feudo local.

Qualquer que seja a intenção, apoiar Aquino foi num verdadeiro coice nas pretensões de muitos agregados políticos.

Nessa área, nem deter gente é a solução.


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Filhos de Chocadeira



Quando eu venho a pé do Gonzaga, como hoje, eu sempre acabo me lembrando várias vezes de todos os incompetentes que administram a cidade.

Quando ainda tinha intenção de pegar um ônibus, ali perto da Praça da Independência, eu fiquei prestando atenção nos monstrengos que foram colocados pela cidade, sob a desculpa de que eram painéis para fornecer informações sobre os ônibus e seus horários.

Começou assim e, por meses, podia-se confirmar que eram apenas enfeites. Depois, sob a escusa de que havia um certo  (total) desentrosamento entre as informações e a realidade, eles foram desativados e passaram a oferecer a data e o horário, mas não é só isso - percebi hoje - porque acima das informações em tamanho ínfimo, está o espaço maior, usado para propaganda. Arrumaram uma desculpa suja para justificar espalharem pela cidade esses painéis sobre largas bases de metal mas, como sempre, o objetivo era outro e quem deveria ver e investigar não vê e nem investiga.

Eu gostaria de saber quem autorizou a colocação, quem “bancou” a confecção e as instalações, quem administra as propagandas e quanto cobram das empresas que anunciam ali.

Desisti do ônibus que nunca chega e decido ir a pé, pois chego mais depressa.

Quando atravesso a Ana Costa, defronte do Colégio Coração de Maria, somos forçados – cinco pessoas – a parar no meio da pista, porque um taxista e um outro mentecapto resolvem avançar no vermelho; talvez porque tivessem pressa. Nenhum dos dois sequer piscou, que eu visse, quando dirigi algumas palavras a ambos.

Depois de vencer a travessia da Prodesan sem ser atropelado, eu chego às margens da Francisco Glicério. Depois de um pouco de espera, a travessia de pedestres está liberada, como liberado está simultaneamente o cruzamento das bicicletas pelo caminho da tropa de infantaria.

Aí, é um salve-se-quem-puder porque aqueles, lá em cima - sempre lembrados - com certeza não são mesmo filhos de chocadeira.
 
 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Os Caça-Brechas



Antigamente era muito comum ouvir-se o termo “caça-dotes”, para se referir aos homens que buscavam se casar com mulheres ricas, apenas pelo interesse pecuniário. Depois o uso do termo, em função da prática, se estendeu também às mulheres e, agora, já não se sabe quem faz mais uso desta política, se os homens ou se as mulheres.

Enquanto homens e mulheres ainda andam a caça de parceiros que lhes ofereçam melhores condições materiais, os caça-brechas atuam de maneira insistente e desavergonhada na busca ou na manutenção de uma “boquinha” no serviço público, mesmo que seja apenas temporariamente.

Revolta o estômago ouvir ou ler os rapapés promovidos por subservientes caçadores de brechas, assim como enojava saber dos caça-dotes, que transmutavam bruxas em donzelas ou daquelas que, por cupidez inventavam príncipes onde havia apenas um sapo feio e endinheirado.

Conhecidos também como puxa-sacos, vacas-de-presépio, carrapatos-de-escroto e outros adjetivos menos dignos, os caça-brechas deveriam saber - e é nisto que se pretende ajudar – que são abominados pelos que os vêem e também pelos que os acolhem.
 E, para não esquecermos das próximas eleições, aí vai:


sábado, 1 de outubro de 2011

O Circo é Deles



O circo é deles e os palhaços que pagam para atuar somos nós, os eleitores, os sustentáculos das mamatas, os idiotas de plantão.

Em Santos, os representantes populares (essa palavra já deu o que tinha de dar) confirmaram o aumento do número de cadeiras no parlamento para o próximo faz-de-conta.

O povinho que ainda tiver um pouco de vergonha na cara não vai ajudar a reeleger nenhum deles. 

Com certeza e infelizmente, depois do pleito vamos ficar sabendo que vergonha não abunda.

O governo lança um Plano Nacional de Banda Larga (provavelmente mais um desses engodos oficiais) , com banda larga popular ao custo máximo de trinta e cinco reais mensais e velocidade de 1 Mbps.

Eu devo ser assinante de um Plano Nacional de Bunda Larga, porque pago cinqüenta e seis reais mensais, num plano já antigo, por uma velocidade de 500 mb (metade da velocidade do tal plano popular).

E aí, José?

Não, aquele não!

Pega ladrão!

A minha nova camiseta é esta: