segunda-feira, 30 de março de 2020

De Bauru

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Não, o sanduíche não era de lá!

Mas isso é outra história.

Deixei o velório da Beneficência e parei no portão, ainda meio indeciso entre ir para o Canal 2 ou pegar o ônibus na Carvalho. Enveredei pela Rua São Paulo com os olhos postos no céu azul em meio a manhã de outono. Parei à sombra de um chapéu-de-sol para olhar as mensagens no celular, mas não me demorei.  Prossegui absorto, deixando à minha direita a casa da Cássia, aonde em tempos idos eu levava as cartas datilografadas que ela digitava e enviava por e-mail aos jornais. Passara a época de tomar ônibus e ir entregar as cartas na portaria do jornal local ou enviar pelos Correios para a capital. Algumas coisas, hoje parecem mais fáceis. Parecem, apenas parecem.

Pouco antes de chegar à casa onde eu morara, do outro lado da rua o mesmo pequeno edifício onde vivera a Elenira e também o Bravo; na casa ao lado falecera o Seu Narciso.

Segui adiante, sempre me lembrando de quem morara aonde e logo estava na Carvalho de Mendonça, bem defronte do bar onde, sempre a convite do Antônio Português, íamos tomar uma Jurupiga nos sábados à tarde. Foi-se o tempo! Ali mesmo atravessei a rua movimentada e logo descobri que o ponto de parada de ônibus não mais existia. Coisas da politiquice e da força de persuasão corruptora. Em meio aos automóveis que recobriam a faixa de segurança atravessei a Rua Amazonas e prossegui até quase a esquina da Rua Pará, onde também moráramos no início da década de setenta. Encolhido à sombra estreita da estrutura quase inútil do abrigo do ponto de parada, um senhor de pequena estatura aguardava o coletivo.

Depois do bom dia de praxe, logo entabulei conversa, criticando a estrutura de pouca utilidade.

Conversamos por um tempo relativamente longo, mas que passou rápido entre as lembranças de cada um de nós.

Memórias de melhores épocas; a educação que já não é a mesma; as crianças presas irremediavelmente aos celulares; a cidade tranqüila de antanho e o próprio bairro onde ele mora há trinta anos e onde eu aportei quando aqui cheguei em sessenta e quatro.

Viemos para cá no mesmo ano. Eu de São Paulo e ele de Bauru.

Acabamos embarcando no mesmo ônibus - óbvio, pois ali só passa uma linha - e viemos sentados no mesmo banco, continuamos conversando, descemos no mesmo ponto, mas nenhum de nós perguntou o nome do outro.

Quem sabe algum dia nos reencontremos e eu me lembre de perguntar ou ele, talvez.

Carlos Gama.
15/05/2019 15:37:37
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terça-feira, 3 de março de 2020

Tentando Responder

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O texto anterior, com o título “Civilidade”, teve um questionamento (acompanhado de uma sugestão) sobre quais seriam as razões do crescimento da incivilidade.

Tomava o meu café da manhã e pensava sobre essa pergunta e concluí que inúmeras podem ser as razões desse atraso comportamental e todas elas me conduziam às afirmações feitas por algumas filosofias religiosas sobre a evolução natural do Universo.

Comecemos a nossa caminhada analítica pelas ideologias políticas que buscam induzir a mais uma guerra entre os homens, evidenciando de forma exacerbada as diferenças políticas, culturais, religiosas, econômicas e até sexuais, propondo uma liberalidade comportamental descabida que leva a esses embates e seus resultados negativos.

Acontece aí o primeiro passo para chegar à eterna luta entre o bem e o mal ou entre a luz e a sombra, conflito comum nos planetas com desenvolvimento primário no campo da evolução anímica.

A partir deste ponto, temos de levar em conta as análises que tomam por base as crenças na reencarnação e na evolução do Ser espiritual.

O Planeta Terra – segundo essas mesmas filosofias – é um orbe em nível primário de desenvolvimento e os seres que nele habitam têm inicialmente o mesmo padrão vibratório.

Ora, se o desenvolvimento vem se processando gradativamente, como é possível que se regrida simultaneamente?

Um corpo celeste como o nosso tem semelhança com uma escola de nível elementar e à medida em que os alunos vão progredindo, são promovidos de classe e essas vagas abertas acabam sendo preenchidas por novos estudantes vindos de planetas com padrão vibracional ainda mais denso que o nosso. Muitos desses novos alunos estão recebendo a chance de retomarem contato com seres moralmente mais esclarecidos, depois de terem estado isolados por períodos longuíssimos, devido ao seu comportamento aberrante em encarnações passadas. Entretanto, uma parte deles é renitente na manutenção de seus conceitos morais e comportamentais mais negativos, tentando induzir a um equívoco proposital entre liberdade, liberalidade e libertinagem.

O Planeta Terra vive um momento de início de transição para uma nova Era - como já ocorreu em tempos remotos -, pois é esse o caminho natural, dentro de determinados parâmetros evolucionistas, o que ocorre de tempos em tempos.

Passamos por períodos em que o deslocamento do eixo provocou mudanças na conformação e no relevo da Terra, inundando áreas e colocando a descoberto outras que estavam submersas. Em cada mudança dessas, uma parte considerável de vida material é ceifada e os espíritos humanos que devam ser realocados o são.

Essa nova Era que vem se aproximando, faz com que os seres menos evoluídos moralmente e naturalmente mais egoístas, procurem “arrastar” consigo todos aqueles que se sujeitarem ás suas influências e que poderão acompanhá-los nesse retorno compulsório a orbes de vibração energética mais densa.

Daí a importância em se tentar esclarecer os mais rebeldes, através do destaque crítico que se possa dar aos comportamentos inadequados.

* Estas são as reflexões de um leigo – tentando responder ao questionamento feito por um leitor - e não refletem a opinião de pessoas mais esclarecidas sobre o tema.

Carlos Gama.
03/03/2020 12:59:39
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