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Saíramos de casa, passados vinte minutos do meio-dia, com destino um consultório médico na Avenida Dona Ana Costa, em Santos.
Ventava frio e
caminhávamos depressa.
Quando chegamos
ao cruzamento da rua Olinto Rodrigues Dantas, com a Avenida Ana Costa, o
semáforo fechou para o trânsito dessa avenida e para os transeuntes no mesmo
sentido.
Quando o
primeiro dos automóveis, vindo da transversal, iniciou o cruzamento da via
principal (onde os outros veículos já estavam parados na faixa de segurança),
ele quase atingiu a lateral de uma perua escolar de número 174 (um veículo meio
antigo), que ultrapassou pela direita os que estavam parados e cruzou no
vermelho.
Uma ação
criminosa e sem sentido, para ficar parado no cruzamento seguinte, com a Rua
Dr. Carvalho de Mendonça.
Depois de mais
um tanto de caminhada, também chegamos a esse cruzamento, atravessamos a
primeira faixa de rolamento – na direção do Lar das Moças Cegas – e ficamos
retidos no canteiro central, porque a abertura do semáforo para pedestres
(entre eles, os deficientes visuais) se dá por raros segundos, no outro lado da
via, que é para não reter em demasia os veículos automotores. Ao nosso lado, um
casal de deficientes visuais ficou impaciente e o rapaz ia tentar atravessar,
quando eu lhe disse que aguardasse. A maioria dos não deficientes acaba
correndo o risco e atravessando no vermelho, porque o desinteresse ou a
incapacidade dos gestores da coisa pública leva a isso.
Privilegiam o veículo automotor em detrimento do cidadão a pé.
Se você escrever
para um jornal (como já aconteceu várias vezes) e ele publicar a sua
observação, a resposta dos “responsáveis” invariavelmente abordará as
estatísticas e os “padrões” europeus. Tomara os políticos brasileiros levassem
em conta os padrões europeus na hora dos desmandos, dos salários e da
produtividade.
Chegamos ao
consultório e a televisão já estava ligada.
Abrimos cada um
o seu livro e aguardamos.
Não demorou
muito para entrar no ar a propaganda política “padrão Tiririca”, levada a cabo
pelos dois partidos concorrentes à presidência da república.
Em matéria de
nível de propaganda, fica difícil saber qual a pior.
Na hora da escolha, só poderemos nos
pautar, mesmo, pelos exemplos mundo afora...
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