quarta-feira, 2 de julho de 2014

Contra

.
.
.
Nós não somos contra o VLT, mas somos e sempre fomos contra os conchavos e as burlas todas contidas nos contratos dessa obra, que mal começada já apresentava aditamento de vinte e dois por cento sobre o preço original.

Não, não somos contra o projeto, mas fomos e continuamos sendo contra a mudança de traçado, para atender o interesse comercial de três ou quatro grupos específicos.

Não somos contra o VLT, mas fomos e ainda somos a favor do MP e de sua interferência, para que o traçado original fosse cumprido e que as mudanças e as manobras todas, que vão aparecendo aos poucos, não favoreçam empreiteiras e prejudiquem os cofres públicos com os já usuais e imorais aditamentos contratuais.

Não somos contra o projeto, mas somos contra as mentiras e a desfaçatez, que acabaram fazendo com que parte do traçado – suspenso temporariamente a pedido do MP - fosse retomada logo depois, por conta do “atraso” e dos alegados “custos” da paralisação, que poderiam chegar a três milhões de reais diários. Isso sem contar o atraso na data de entrada em funcionamento desses trens.

Passados esses dez ou doze dias de paralisação determinada pela justiça, teve início a propaganda quase diária na imprensa, relatando o andamento veloz das obras no vizinho município de São Vicente e o atraso das obras em Santos, colocando boa parte dos “inocentes” e dos tolos de conveniência contra o Ministério Público, fazendo de seus representantes os vilões dessa situação comprovadamente vergonhosa.

No final, todos os interessados mais diretos conseguiram o que queriam, mas as obras, agora, estão sem poder prosseguir, porque o mesmo governo que gere o projeto e os contratos, através de uma empresa de economia mista, ainda não conseguiu espaço para transferir o posto comunitário da Polícia Militar, que fica no meio do traçado, exatamente naquele trecho antes embargado e que gerava “custos e atrasos desmedidos”.

Você acha pouco?

Você ainda quer mais?

Pois bem!

Ontem, a imprensa dava conta da situação, com extensa matéria sobre o VLT, mostrando que as obras que “estariam” quase prontas em São Vicente, terão de esperar mais dois anos (até 2016) para que se construam dois pontilhões na região cortada pela Rodovia dos Imigrantes.

Eu posso até dar a impressão de ser do contra - por não ser vaca de presépio - mas a realidade diz que eu não sou marionete, como os inocentes de ocasião  e os tolos de conveniência...
.
.
.

Nenhum comentário: