terça-feira, 1 de novembro de 2011

Silêncio Compartilhado



É preocupante mas também é interessante estudar e perceber – ainda que leigos sejamos – a semelhança entre os movimentos no teatro e na política. 

Não, não vamos falar nas marionetes. 

Vamos tentar analisar daqui de fora do teatro político, a substituição de um personagem desgastado, por um novo enredo, novas falas de novos integrantes do quadro, no palco de uma cidade.

O presidente de uma companhia de economia mista, que vivia em evidência na imprensa, desapareceu por completo, depois que denúncias mais sólidas e de teor contundente atingiram a empresa que ele administra.

Tira-se a panela do fogo e deixa-se esfriar o mingau – deve ser a teoria ou a prática.

O gerente do teatro só aparece para cá das cortinas, quando deve sorrir ou assumir alguma fala mais leve, porque o  seu papel principal é garantir e administrar a bilheteria, reescrever as cenas, adquirir alguma nova lona ou garantir um assento de mais peso.

Neste transcurso do segundo ato, ele reescreveu de forma muito inteligente, a cena de sua substituição, indicando um personagem de pouca expressão e rara simpatia, jogando-o na jaula dos leões, numa encenação muda, bem compartilhada e de interesse múltiplo.

Com essa indicação, ele garante claramente a não interferência no resultado do pleito. 
Não desagrada ao seu padrinho, que vai concorrer novamente. 
Não se embate com seus velhos parceiros na outra casa, porque todos sabem e entendem que seriam vários os postulantes ali dentro. 
Não atrapalha o candidato do governo do estado, que é de outro partido e, assim, talvez garanta para si um novo galho na capital, levando consigo e com toda a certeza, o seu boi de piranha; se este não se “acertar” por aqui, ou...
Se é que já não está tudo muito bem acertado com antecedência.


* Em 2012 serão 21, use o bom senso e não reeleja nenhum. 

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