sábado, 2 de março de 2019

Observações Sobre Uma Curtíssima Viagem de Navio

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O MSC Seaview - segundo ouviu a bordo - foi construído para atender a demanda do mercado brasileiro de cruzeiros marítimos e navegar principalmente na costa do nosso país.

Dessa experiência, o destaque positivo foi o atendimento impecável por quase toda tripulação. Sim, sempre haverá exceções em qualquer lugar e em qualquer área. Evidencie-se ainda a grande quantidade de brasileiros na equipagem e, dos quais apenas um destoou do excelente conjunto.

Da camareira aos garçons (brasileiros e estrangeiros), passando também por todos os balcões de recepção e ainda pelo maître do restaurante onde jantaram nas quatro noites a bordo, o atendimento foi perfeito, mas, ficamos por aí...

Nos restaurantes mais populares, onde almoçavam e tomavam o café da manhã, boa parte dos copos e pratos era de plástico, mas não passam de detalhes, se levarmos em conta os talheres e os pratos mal lavados. Falha dos executores dos serviços, porém mais especialmente dos que com certeza são pagos pelo armador para verificar esses pontos, que refletem negativamente o nome da empresa.

As observações sobre a negatividade de pontos específicos não vão parar por aqui, pois temos a análise sobre a condução de uma das embarcações de bordo, que os trouxe do passeio a Ilha Grande. Desatracada do pequeno píer, onde permaneciam acostadas lanchas e botes de transporte de passageiros, essa embarcação foi conduzida fora de todas as regras da boa navegação e da cortesia ou respeito com outros condutores e passageiros, arrancando em alta velocidade, ocasionando dissabores para os outros navegadores, alguns dos quais protestaram em altos brados, sem sucesso. Isso é fruto da ausência de fiscalização em nossos mares e em locais onde usualmente acontecem esses cruzeiros marítimos. Locais como Angra dos Reis, Ilha Grande ou Ilhabela.

Na véspera do retorno a casa, em Santos, cuidaram de enfrentar as longas filas para encerramento das contas abertas. Voltou o avô duas vezes a um dos balcões para que fossem estornadas as despesas lançadas a maior, além das contribuições para a UNICEF inseridas à revelia dos pagantes (acabou deixando as duas). Atendimento excelente, conta encerrada e recibo no bolso, mas acabou voltando ao balcão, à noite, para acompanhar uma das netas, que ali estava com a mesma finalidade. Surpresa! Mais lançamentos indevidos - inclusive almoço especial - que foram retirados da conta na hora e mediante protesto.

Última noite no teatro, com uma excelente atuação do elenco, mas que não superou os eventos anteriores; espetáculos que valeram a viagem!

Noite mal dormida, por conta da expectativa com todos os passos para entrega da cabine e com o desembarque, logo depois do café. Cinco horas, ainda era noite na pequena cabine, mas o passageiro mais velho já estava no banho, mesmo insone. Depois desperta o neto para o banho, enquanto são juntadas as tralhas restantes; as malas foram recolhidas na véspera.

Mais uma hora e meia de espera, até o horário programado para o desembarque por grupos.

Já no topo da rampa, passa o neto pelo controle e o avô fica retido ao som estridente de uma sirene, alertado sobre a necessidade de “acertar” as conta$. Com cara de pateta, o nonno retorna sobre os próprios passos, deixando o jovem com ares de perdido na multidão, do outro lado da linha de pênalti.

Caminho inverso, navegando conta a maré humana, cabeça em ponto de explosão, o avô chega ao balcão onde já existe uma fila enorme de gente nas mesmas condições. A caminho do destino ingrato, ele se depara com uma das filhas, o genro e dois dos netos, também barrados no final da linha, quando poderia haver uma forma de verificar as possíveis pendências já na primeira checagem eletrônica. Preocupado com o neto, ele pede licença, explica a situação e os mais próximos lhe permitem furar a fila. Mais um lançamento de consumo não havido. Cansado demais para questionar o jovem estrangeiro, que não falava português e nem italiano, ele lança mão do cartão de crédito e paga o que não deve, pensando em reclamar depois...

Se adianta não sabe, mas certo está de que nessa empresa não embarca mais.

Addio, caríssimi!

Carlos Gama.
02/03/2019 18:43:31
* Escrito como mulher na menopausa: sem regras e nem paciência.
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Ah, faltou comentar sobre os táxis!

Por questões de saúde, desembarca a mãe com as duas filhas e vão de táxi até em casa, pagando trinta e oito reais a “corrida”. 
Mais tarde segue o pai com as malas, para o mesmo destino, pagando vinte e três reais pelo mesmo serviço e mesmo trajeto.
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