quarta-feira, 12 de agosto de 2020

As Podas

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As podas – raras podas – nas árvores de Santos parecem ter sido escritas antes da reforma ortográfica de 1945.

Além do trabalho primário (se não analfabeto) de quem conduz e de quem executa o crime, ainda deixam - talvez como forma de respeito ao meio e quiçá ao ambiente - todos os parasitas, que aos poucos vão minando os vegetais, provavelmente para garantir a não sobrevivência dos espécimes que não tombarem com o primeiro pé-de-vento.

São anos seguidos de abandono do arvoredo já não muito adequado ao nosso tipo de solo - como os ingazeiros que têm raízes à flor da terra, o que não lhes confere muita firmeza - e que vão sendo podados somente na parte mais baixa, mantendo-se a copa que vai crescendo, crescendo e ficando com ares de espanador de pó, com um cabo longo e um penacho no topo cada vez mais alto, dificultando o equilíbrio.

Tudo isto, contrariando os princípios da física, demanda apenas algum tempo para que o espécime mal cuidado e maltratado despenque ao menor sopro do vento, danificando construções, veículos e colocando em risco as vidas dos que porventura estejam próximos em ocasiões como essas. Os exemplos são muitos, mas parecem não incomodar a quem deveria cuidar dessas questões.

 

Carlos Gama.

12/08/2020 19:25:35

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