quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Alice

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Abro o jornal, Alice, e me deparo com mais algumas aberrações dessas já tão comuns nos dias de hoje.

Na literatura mais antiga, naqueles romances de antanho, o culpado era sempre o mordomo; agora, o culpado parece ser sempre o caseiro.

Ônibus assaltados nas barbas de todos; alunos e instrutores de auto-escolas vítimas dos mesmos crimes; cidadãos mortos em troca de aparelhos celulares que irão atender o mercado de consumo nas prisões; idosos e não idosos atacados para que correntinhas, pingentes, alianças e anéis supram as necessidades de mercado dos escritórios de compra de ouro; estabelecimentos comerciais assaltados para que se atenda a demanda nas feiras-de-rolo; bandidos enfrentam e atacam abertamente os agentes da lei, fazendo com que algumas situações se invertam e, ainda assim,  o Secretário de Segurança tenta mistificar a insegurança nossa de cada dia, mesmo diante do quadro caótico de assaltos e de homicídios que a imprensa vai noticiando todos os dias.

O alcaide santista, como todo e qualquer outro senhor plenipotenciário -  desses que pelo Brasil abundam e procriam - decreta a transformação de “concessão de uso de bem público” em propriedade privada e, assim, transmissível de pai para filho. Um verdadeiro negócio de pai para filho ou um acordo de compadrio...

O prefeito não é burro; ao contrário, é bem inteligente – a seu favor, como político – pois doa um bem público, construído em área também pública e sabe que o Ministério Público terá de intervir, ficando com o ônus da aplicação da lei, como já vem se tornando comum.

Seus antecessores fizeram escola na área e deixaram herdeiros...

É, Alice, o País das Maravilhas era outro; este, aqui é o de Dona Candinha ou de Mãe Joana.
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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

DESÂNIMO...Desânimo, mas também algumas alegres lembranças

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Desânimo é o sentimento que se abate sobre mim, logo pela manhã, ao abrir os jornais.

Em São Vicente, um magistrado condena um banco a pagamento de indenização a uma cliente que foi roubada, após sacar uma significativa quantia em caixa eletrônico da instituição. O juiz baseia a sua sentença no fato dela ainda se encontrar em área pertencente ao banco, ainda que do lado de fora. Mais um ou dois passos e a responsabilidade passaria, em tese, a ser do Estado. Em que estado andam as coisas!

Será que, se a senhora fosse assaltada depois de ingressar na área externa de sua própria casa, seria acusada de negligência?

Ah, esse circo me incomoda tanto!

Minha filha foi assaltada na véspera, a caminho do trabalho e a delegacia da área, sequer tem acesso à internet para receber o B.O. eletrônico, que levou horas para ser concluído, porque o “sistema” caía volta e meia.

Num matutino da capital, eu leio sobre a importantíssima discussão do aumento dos subsídios dos Ministros do Supremo e da extensão a todo o funcionalismo público.

Salário-mínimo? 

Maldito salário-ínfimo, do qual essa gentinha vive reclamando... Aposentados do INSS, então, já andam merecendo cadeia, tanto reclamam.

Em Santos, na Câmara Municipal, as discussões sobre quem vai ocupar a vaga recém aberta com a morte do presidente da casa legislativa.

A cena acaba me lembrando momentos alegres, quando nós, moleques, saíamos à cata de balões no mês de junho. Geralmente, no final, sobravam alguns restos de papel de seda e fuligem nas mãos de quase todos.

12/08/2015 09:09:05
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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

O OVO

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Há pouco, enquanto aguardava um de meus netos que vinha da escola, observei a dificultosa travessia de um deficiente físico em sua cadeira de rodas.

Logo depois chegou quem eu esperava e eu perguntei a ele se vira a dificuldade do “cadeirante” para subir na calçada.

Sim, ele vira e ainda comentou que, se não fosse o pequeno poste do sinaleiro, aonde ele se agarrou para conseguir galgar o degrau que dava acesso á calçada, teria ficado no leito carroçável.

Aí, enquanto vínhamos para casa, eu comentei com ele que aquilo eles chamam de "acessibilidade".

-É de dar acesso de raiva, essa inépcia crescente do poder público.

Ele sorriu e deve ter ficado pensando nisso.

Então, eu continuei, dizendo a ele que o filme que fizera na segunda-feira, sobre o lixo e a falta de lixeiras, fora colocado no Facebook, mas que a prefeitura pouca importância está dando a isso.

-Ah; é verdade! Você quer saber aonde eu fiz o filme e onde fica mais esse obstáculo para os “cadeirantes”.

-O filme eu fiz no finalzinho da rua Pérsio de Queiroz Filho e o obstáculo para os deficientes físicos, fica na confluência das avenidas Conselheiro Nébias e Rodrigues Alves. O cadeirante, indo no sentido centro/praia, cruza o canteiro central que tem o espaço aberto ao nível da rua e, quando chega ao meio-fio encontra a barragem...A burragem.

-Eles não estão ligando para mais nada e eu acho que o prefeito já está certo de que não será reeleito ou, então, ele está contando com o ovo na cloaca da galinha do Estado de São Paulo.
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segunda-feira, 13 de julho de 2015

As Bestas

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Lido às pressas, o título pode até dar a impressão daquele material cancerígeno, que descarregávamos no cais em tempos idos mas não tão distantes.

Asbesto ou amianto era descarregado sem nenhum cuidado e sem qualquer proteção; hoje, parece que é proibido. Dia virá em que outros cancerígenos serão alijados das lavouras, das indústrias de alimentos, das criações comerciais de aves, de ovinos e de bovinos, não chegando mais às nossas mesas.

Do substantivo feminino - do título - eu enveredei por um outro, masculino e que nada tem a ver com o que eu pretendia escrever.

Volto a ele...

Hoje saímos de automóvel – apesar da pouquíssima probabilidade de encontrarmos uma vaga de estacionamento – e o que nos leva a essa decisão, é a distância brutal e crescente entre os pontos de parada de ônibus.

Isso é fruto da pouca capacidade de raciocínio ou do desinteresse (talvez interesses outros) das bestas de plantão. Não, o filósofo é outro!

Voltas e voltas depois, conseguimos uma vaga. Ufa!

Fomos conversando, andando devagarinho e aproveitando as poucas sombras que nos protegeriam do sol de verão e desse calor intenso.

Depois de uns dez minutos de caminhada, estávamos no “boulevard” da rua Othon Feliciano, onde a administração pública "obra" em tempos de férias escolares, atravancando a via e aonde transeuntes emporcalham os pés e os calçados.

Vivas às bestas de plantão!
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quarta-feira, 1 de julho de 2015

O INCOMPREENSÍVEL

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Para mim ainda é incompreensível o status do “novo” e algumas das imposições aceitas pela maioria dos que navega ao sabor dos ventos soprados pelos senhores daquilo que eles acham ser o “seu” mundo.

Leio sobre a manifestação do Ministro da Cultura, que critica o baixíssimo índice de leitura entre os brasileiros e o entendo tanto quanto compreendo aquela maioria que não lê. Afinal, os livros estão aí, mas exigem tempo e concentração; exigem também e, naturalmente, que se saiba ao menos soletrar. Isso muitos sabem, mas é cansativo, especialmente quando se tem a televisão à disposição e com os pensamentos prontos. 

Para quem pode, é mais fácil comer em um restaurante, que ter de preparar a comida. O resultado final é o mesmo, apesar do paladar ser o do outro.

Abro o velho jornal local e percebo a mudança no padrão, que traz mais dificuldade para a leitura e para o manuseio desse novo modelo eletrônico. O objetivo, se não for o econômico, é inconcebível e vai afastar os leitores, cujo número já decresce a cada dia. Atenho-me apenas às “cartas do leitor”, em um espaço que resta ao cidadão é mínimo e de acordo com o permitido; todo o mais é ocupado pelos “assessores” de comunicação de empresas estatais ou pelo próprio Estado, que tem mais força que a comunidade dos assinantes ou dos compradores eventuais desses diários.

Mais em função da própria idade, que de qualquer outra razão, eu chego até as notas de falecimento...Fecho o jornal; foi o suficiente!

Abro um e-mail e, é óbvio, leio. Tento ler, mas as abas laterais incomodam, quase inibem a leitura. Desisto; é “Obvious”!

Será que esse pessoal pensa ou apenas freqüenta restaurantes?
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segunda-feira, 29 de junho de 2015

ELES NÃO FALTAM AO PLANTÃO


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Todos os dias, o que se vê é o espaço dedicado aos leitores - já raro nos jornais - ser ocupado sem limites pelos assessores de imprensa dos organismos públicos, para rebaterem e tergiversarem sobre aquilo que opinam os cidadãos, usualmente com conhecimento de causa.

Porta-vozes da área política, só poderiam mesmo sobreviver da mentira, das falsas informações ou da distorção dos fatos.

Tão triste quanto a mentira, é a ocupação impositiva das áreas já poucas de que dispõem os leitores nos jornais impressos e talvez por isso eles vão tão rapidamente a caminho de seu ocaso natural, perdendo dia a dia espaço para as redes sociais, onde a manifestação é mais democrática.

Aí, então, técnicos, teóricos, estudiosos e cientistas ocasionais dos fenômenos culturais tentam descobrir as razões ou responder aos questionamentos dos donos dos impressos.

Talvez a saída, senhores editores (se é que já não se faz tarde em demasia), seja abrir mais espaço, muito mais espaço, para a manifestação dos leitores em seus jornais impressos; mas, façam isso antes que as portas se fechem sobre o vosso atraso ou sobre a mesmice que serpeia essas velhas trilhas.

E aos falastrões de plantão, temos a dizer que ponham as barbas de molho, pois as vossas tramóias, as falácias e as tergiversações não angariam votos, mas desrespeito e antipatia.

QL*: Na carta de hoje, da CET Santos em A Tribuna, o “assessor” (assessor, geralmente é aquele que provoca acesso...De raiva!)  rodeia, enrola e vem com a conversa mole sobre pequenas distâncias anteriores, entre pontos de parada de ônibus. Depois afirma que a distância máxima que o usuário deve andar, hoje, é de duzentos metros, pois cada ponto dista do outro quatrocentos metros. Talvez fosse verdade em alguns casos, se cada usuário morasse na mesma avenida aonde passa o ônibus.

Poderíamos até citar alguns exemplos que contradizem essa afirmação sobre distâncias, mas não serviriam de nada, pois essa gente só anda de automóvel, geralmente de chapa oficial e com motorista.

·      * Quando Lembrei.
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sexta-feira, 12 de junho de 2015

SOCIALDEMAGOGIA

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O mundo celebra hoje o Dia do Combate ao Trabalho Infantil...Ora, puta que os pariu!

Antes das reticências, estava o conteúdo de uma matéria de jornal e eu vou continuar com ele...

Definido em 2002 pela Organização Mundial do Trabalho (OIT), a data buscar (copiado na íntegra) chamar a atenção para um problema que, muitas vezes, passa despercebido pela sociedade (riamos à vontade).

A data representa uma oportunidade de mostrar à população o quanto isso compromete o futuro de crianças e adolescentes. Além disso, tenta desconstruir um discurso, ainda muito presente no Brasil, de que a atividade laboral "enobrece", a fim de justificar que eles trabalhem desde cedo.

Em Santos foram identificados 182 crianças e adolescentes nessa situação.

Agora, volto eu...

Não vou me desculpar pelo “puta que os pariu”, acima, porque me preocupei anteontem com o título “O ciclista que se foda” e as pessoas com as quais me preocupava e me desculpei, abriram mão do direito de se sentirem ofendidas, pois a expressão, na opinião delas, era justificada. Espero que esta também o seja.

Não vou tecer qualquer comentário ao texto compilado do jornal, pois o seu conteúdo fala por si e pode ser analisado por quem o queira fazer honestamente e sem uso da tão comum socialdemagogia, que hoje permeia toda a estrutura da sociedade e preenche de ar as caixas cranianas dos seus adeptos.

Ontem, na Santa Casa de Santos, eu encontrei um antigo companheiro de trabalho, que ainda continua nos quadros da CODESP e falávamos de trabalho e de porto, porque as dores e as tensões de um pai à espera de notícias de uma filha que se encontrava no Centro Cirúrgico, já eram bastantes para o meu amigo.

A conversa fluiu em torno do porto, porque ele me perguntou se eu estava aposentado.

Ele, apesar de aposentado, continua trabalhando e, respondendo a uma pergunta minha, acabou falando de um outro colega daqueles tempos idos, que acabou se desligando da companhia, aonde trabalhara desde os catorze anos. Naquele tempo, os menores-aprendizes ingressavam nas oficinas da companhia, freqüentavam a Escola Docas, faziam carreira na empresa e progrediam. Alguns progrediram muito!

Aí, quando ele falou da idade com que o outro ingressara nas oficinas, eu não pude deixar de apartear e dizer:

-É, naquele tempo, trabalhar não era crime!

Hoje, os menores já não são mais “aprendizes” e como profissionais, estão assaltando nas esquinas, fazendo malabarismo nos semáforos, atuando nos bordéis ou no tráfico, mas a socialdemagogia não perde o estímulo e nem ganha forças para enfrentar a realidade que não lhe convém.
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terça-feira, 26 de maio de 2015

A RISCADO

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Flávia, minha sobrinha, compartilhou na internet um pensamento sobre o comportamento cidadão: “O meu lixo eu levo comigo aonde eu for”.

Era isso ou algo parecido, mas a importância está em mostrar como age um cidadão, uma pessoa consciente, essa raridade que faz mais falta a cada dia nesta sociedade do cada um por si.

Foi esse pensamento que me fez voltar ao sábado à tardinha, quando eu ia, já meio apressado, até o Gonzaga, com a obrigação de voltar o quanto antes, para receber os filmes que o Vídeo Paradiso iria me enviar.

Segui pelo longo quarteirão e me preparei para cruzar a avenida Washington Luiz naquela base do “arrisca”, pois o semáforo de pedestres está desativado ou com defeito, há meses.

Não foi difícil a travessia, porque nesse dia e horário o movimento é apenas uma ínfima parte daquilo que acontece durante toda a semana em qualquer horário e nos sábados até a hora do almoço.

Talvez devêssemos convidar o alcaide e o presidente da CET (que parece ser amigo do dono da peixaria, na esquina) - se eles conseguirem andar a pé - para fazerem conosco a travessia, ali, em um dia de semana.

Concluí aquela travessia - na tarde de anteontem - e cheguei incólume ao outro lado do canal. Prossegui pela calçada do posto de gasolina, a caminho do ponto de ônibus.

À minha frente seguia uma mulher simples, com roupas simples, calçando um par de sandálias também muito simples; coisas que eu notei depois de me despedir dela, no ponto de parada de ônibus.

Sim, ela seguia à minha frente, mas eu só notei quando - logo depois do posto – ela voltou sobre si mesma e veio em minha direção. Parei quando ela se abaixou para pegar um pequeno, um minúsculo pedaço de papel de bala, que deixara cair.

Num tom de justificativa afirmou, naquele seu sotaque nordestino e carregado, que era dela a responsabilidade de levar aquele pedaço de papel até encontrar uma lixeira ou até chegar em casa.

Cumprimentei-a; falei desse bom hábito nos meus filhos e também nos meus netos e ela conclui:

-Ah, se cada um fizesse a sua parte...

Continuou em sua trajetória, atravessou a avenida e eu fui seguindo-a com o olhar, até quando ela parou na beira da calçada, cruzou a outra pista da avenida e depois desapareceu na rua Barão de Paranapiacaba, em direção da Conselheiro.

Lá ia, em seus trajes simples e com seu jeito também simples, uma raridade, uma cidadã consciente de seu papel no mundo.
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DESCAMBANDO

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O sol já descamba no horizonte, mas os termômetros acusam 40 graus; o dourado se reflete nos vidros das casas e de alguns edifícios, ali por onde vamos.

O ônibus, tomado na Ponta da Praia, já serpenteou pela região do Mercado de Peixes e, agora, nos transporta pela Afonso Pena, entre o “parquinho” e o canal 4.

Parado no ponto, ele nos permite ver a senhora lavando o quintal com uma mangueira; talvez ela só assista os programas de auditório e o bordel do Bial. Não sabe, ainda, que já há racionamento de água na região do ABC e de Guarulhos. Quem sabe ela saiba, mas talvez seja daquelas que pensam: “que se foda!”. Antes de faltar água por aqui, vai faltar no São Bento ou na Zona Noroeste.

Quem quiser banho, que vá tomar no Macuco.

O faxineiro do prédio em frente, cuida da higiene das áreas internas e de racionamento sequer ouviu falar.

No Brasil, parece que tudo é permitido. As regras são mesmo feitas para serem descumpridas e dar evidência a seus autores, esses inúteis que vivem à custa do erário e de “empresários” financiadores de campanhas...Políticas.

Mais à noite, ainda dentro de um ônibus, um grupo de jovens – dois meninos e quatro meninas – de uns doze e no máximo catorze anos de idade, entrou no coletivo, na altura da Oswaldo Cochrane com a avenida da praia, sobraçando embrulhos com garrafas de bebidas alcoólicas. Desembarcaram na altura da Mato Grosso e se dirigiram para a Lobo Viana, região onde acontecem as badernas noturnas em períodos letivos.

Gente da mesma idade daquelas que se reúnem nas bordas dos canais, junto ao mar, geralmente à noite, para encher os pulmões de fumo ou quem sabe de que produtos outros, dos quais não se sente o cheiro...

A sociedade vai descambando e ninguém sabe, ninguém vê, mas todo mundo tem mania de ir chorar em velório.
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sexta-feira, 22 de maio de 2015

PERDA DE TEMPO

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Depois de quase três meses, trocaram a lâmpada queimada ali na esquina. 

Diz a assessoria de imprensa da prefeitura, que a solicitação de troca de lâmpadas queimadas dever ser feita à ouvidoria...Ah, então é por isso que demora tanto.

Agora, além de pagar pela iluminação pública, o cidadão ainda tem de fiscalizar o que falta e pedir o reparo.

A coisa vai de mal a pior e o Tiririca, afirmava que não.

O Camarão continua lavando carros na rua, na porta de sua toca, mesmo com a crise hídrica que andou rondando por aqui, mas que ainda não foi embora. Hoje, ele lavava um carro colocado em fila dupla, nesta rua movimentada e onde se estaciona nos dois lados.

CET?

Ninguém sabe e ninguém vê, a não ser quem estaciona em local pago sem colocar o cartão.
O alcaide, quando não faz “selfie” faz questão de aparecer fazendo “sifu” em ônibus, para o povinho que o elegeu. 

Se reeleger confirma o que é!

Os pontos de parada de coletivos continuam cada vez mais distantes e o inepto assessor do prefeito faz dupla com ele, ao lado da catraca.

Enquanto um ostenta a calva lisa, o outro estica o que resta dos fios, à custa de muita brilhantina.

A empresa de ônibus e seus sócios vão muito bem; obrigado.

Depois de amanhã, os preços das passagens sobem.

E a vergonha...

Parece peixe.
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quarta-feira, 6 de maio de 2015

PIOR OU MELHOR?

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Em política, no Brasil, não existe pior ou melhor...Há, no máximo, o menos pior.

E, ainda assim, é difícil saber quem é quem.



O que distingue os políticos brasileiros é apenas o descaramento maior ou menor no trato da coisa pública e na disseminação das mentiras. Entretanto, quando o assunto são os conchavos entre os gestores da coisa pública e os administradores da privada, parece que existe um único padrão, que cheira muito mal.

Santos já esteve nas mãos das traças e agora parece estar nas das baratas.

Embora pareça incomodar a pouca gente, a duplicação da distância entre os pontos de parada de ônibus, é uma atitude criminosa, inconseqüente e dá até impressão de venalidade.

O desinteresse é tanto ou a covardia é tão extrema, que até para se conseguir assinaturas para acionar o Ministério Público acaba sendo difícil.

Todavia, por menos retorno que dê, continuaremos a insistir, até vermos o resultado.
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terça-feira, 28 de abril de 2015

VOLTANDO AO PONTO ANTERIOR

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Agora, quando voltamos ao ponto de parada anterior, vamos tentar entender o jogo dos “contra pontos” e os resultados...

São apenas conjeituras, mas as possibilidades são claras, tão claras quanto nebulosas são as ações do poder público.

Estamos às vésperas de uma nova licitação para a concessão de exploração do transporte coletivo por mais vinte anos e essa retirada de pontos de parada, pode ser uma forma de forçar a redução do número de usuários - especialmente de não pagantes - para justificar também a redução do número de ônibus em circulação.

Afinal, a população santista – segundo dados oficiais – é composta por uma maioria de idosos, de gente com reduzida capacidade de locomoção e, quando se “joga” um ponto de ônibus para dois quarteirões e meio de distância, faz-se com que o usuário de mais idade só saia de casa em caso de extrema necessidade e, assim mesmo, provavelmente de táxi, se puder pagar.

Uma alegação usada em ação semelhante, há alguns anos, foi a de facilitar o fluxo de veículos, pois Santos é uma cidade onde o trânsito é caótico, mal administrado e os concessionários – não somente eles - são os ditadores das regras... Tiraram os cobradores e empurraram o serviço para o motorista.

Sim, a fluência poderia melhorar, porque o tempo de parada nos pontos seria menor, em função do menor número de usuários de mais idade ou pode acontecer o contrário, com mais veículos menores circulando para atender a esse grupo com reduzida capacidade de locomoção própria.

Eles sabem o que fazem e como fazem, quando vêm com respostas desse calibre.

Afinal, se não houvesse essa redução previsível do número de usuários de transporte coletivo, cada ponto deslocado receberia o dobro deles, duplicando também o tempo de parada e de “atravancamento” do trânsito.
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sábado, 25 de abril de 2015

OS PONTOS E OS "CONTRA PONTOS"

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O primeiro deles seria o de exclamação, o segundo o de interrogação, depois viriam as vírgulas, os pontos e vírgulas e se deixarmos por conta da administração municipal iremos embarcar somente no ponto final.

O primeiro ponto tem sido o de exclamação, quando o usuário – especialmente o mais idoso – descobre que aquele ponto não existe mais e ele vai descer dois quarteirões e meio adiante, lá no Hospital dos Estivadores, porque retiraram o ponto da esquina da Rua Luiz Gama com a Avenida Conselheiro Nébias.

Fizeram isso em toda a cidade, duplicando distância entre pontos de parada de ônibus, em uma cidade que tem – segundo a própria prefeitura – mais da metade da população composta por idosos, esse pessoal que já não dá mais tanto lucro para “alguns”.


Este parágrafo anterior já responde a metade do que viria com o ponto de interrogação. A outra metade virá depois, neste mesmo ou em outro texto.

Bem, parece que as vírgulas e os pontos e vírgulas ficaram nos contratos todos desde o de concessão de serviços, do de retirada dos pontos de parada e isso permitirá que continuemos conjeiturando sobre o que mais vem por detrás do ponto de interrogação.

Na justificativa absurda e descarada de um edil – quando da retirada dos primeiros pontos de parada, defronte de dois hospitais, na mesma avenida mencionada acima – a retirada desses pontos facilitaria o fluxo de trânsito.

Na época, discutia-se o aumento do tempo de parada dos ônibus nos pontos, porque era recente a retirada dos “cobradores” - ainda se batalhava pelo seu retorno - e era a sua ausência a responsável clara pela demora, pois o serviço de cobrança e liberação de catraca passara a ser acumulado de forma ilegal pelo condutor.

Aquela fase passou, os eleitos fazem o que querem ou o que mandam os seus senhores e os pontos não voltaram.

Agora, quando se prepara mais uma licitação para os próximos vinte anos de concessão de exploração do serviço de transporte público na cidade, a prefeitura torna a retirar pontos de parada por toda a cidade, multiplicando a distância entre eles.

Fazemos aqui um ponto final temporário e voltamos na próxima edição, com todos os pontos iniciais, para não cansar ainda mais o passageiro.
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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Santos Comentada: A MENTIRA AMPUTADA

Santos Comentada: A MENTIRA AMPUTADA: . . . Eles são tão descaradamente mentirosos, que conseguiram abafar o velho ditado  “a mentira tem pernas curtas”. A EMTU/SP conseg...

A MENTIRA AMPUTADA

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Eles são tão descaradamente mentirosos, que conseguiram abafar o velho ditado  “a mentira tem pernas curtas”.

A EMTU/SP conseguiu amputar as pernas da mentira, tanto o uso que faz das inverdades, especialmente no que tange ao “bondão papal”.

Dia destes, lendo uma matéria de jornal, onde "eles" aparecem vistoriando o velho túnel do José Menino e dizendo que o atraso nas "obras" do tal projeto moderno, devia-se às dificuldades encontradas para alargamento do túnel - problema que eu, leigo, já havia levantado no momento em que divulgaram a proposta, anos atrás.

Engenheiros de moenda de cana, entendem é de fazer garapa.

Agora, eu pergunto: E a culpa do Ministério Público, responsável pelo atraso, porque embargou um trecho onde a corrupção e o descaramento desviaram o traçado?

Hoje, eles voltam ao mesmo jornal para reconhecerem que as "dificuldades" para ampliação do túnel e o viaduto da avenida Antonio Emmerick, em São Vicente, vão atrasar a "obra".

Fica mais fácil transcrever as próprias palavras "deles":
"Empreendimento inédito em todo o país," (desmemoriados, eles se esqueceram de mencionar o bondão no Crato <Ceará> e o outro bondão abandonado em meio às obras, em Campinas, onde estações, trilhos, postes de eletricidade e vagões comprados e recebidos com antecedência apodrecem ao léu).

"o VLT tem encontrado (tadinho do VLT ou eles quereriam dizer: Vários Leigos Trabalhando?) soluções técnicas complexas para desafios de engenharia surgidos ao longo (o túnel apareceu do nada e o cruzamento com a Rodovia dos Imigrantes, também) do trajeto de 11 km (imagine-se essa gente, hoje, construindo uma Rodovia Anchieta ou, então uma Tamoios...Deus meu!) entre Barreiros e o terminal Porto".

Já teríamos deixado de abordar esse tema ou essa enrolação oficial, não fossem os néscios e os capachos pagos, que defendem publicamente o desvio interesseiro e tentam denegrir as ações do M.P.

E, percebam, nós ainda não decidimos voltar a falar das investigações e dos pedidos de prisão, feitos pelo Ministério Público, em São Paulo, por conta da corrupção no cartel dos trens.
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terça-feira, 14 de abril de 2015

DE OITIVA

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Presidente de uma das “agências” nacionais condena a ação da Praticagem do Porto de Santos, por ter se negado a conduzir para a área operacional, uma embarcação (que viera de um porto onde o vírus Ebola tem sua maior incidência), sem que o navio tivesse sido visitado ou vistoriado pelos agentes da Vigilância Sanitária.

O presidente do órgão ameaça, em caso de possível reincidência, os práticos com uma denúncia à Marinha do Brasil, porque as inspeções a bordo só ocorrem se houver a comunicação oficial de casos da doença.

O Ministro da Saúde nega que tenha havido pagamento da propina denunciada pelo juiz responsável pelo processo "Lava Jato", entretanto, divulga a criação de uma “comissão especial” para investigar o órgão e as possibilidades. Afinal...Sim ou não?

Depois do maior incêndio já havido no país, a “Autoridade Portuária” afirma que o Porto de Santos retomará todas as suas usuais operações a partir de amanhã. Pelo jeito, pretendem que os depósitos de granéis líquidos inflamáveis continuem dentro da área urbana da cidade, pondo em risco a vida de centenas de milhares de moradores e transeuntes, uma vez que esses depósitos ficam em bairro residencial e à margem da única via de acesso à cidade.

Polícia Federal investiga uma fraude de vinte e oito milhões de reais, dentro da estrutura do seguro obrigatório de veículos automotores; como sempre, ninguém soube e ninguém viu...

À véspera da licitação para a continuidade de exploração do transporte público em Santos, a prefeitura decide reduzir drasticamente o número de pontos de parada de ônibus, inibindo o uso desses veículos pelos mais idosos, aqueles que têm menor capacidade de locomoção e o direito de não mais pagar pelas passagens... Será por isso?

Depois da aprovação da redução da maioridade penal, a Presidente da República determina ao Ministro da Justiça (aquele mesmo que afirmou preferir ser morto que ir para uma prisão brasileira) que se façam estudos para rever o Estatuto da Criança e do Adolescente...

Conclui-se, em bases sólidas, que a maioria dos orquestradores oficiais insiste em tocar de ouvido, ainda que muitas vezes conheçam de sobejo todas as notas.

Carlos Gama.
14/04/2015 09:25:00
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domingo, 12 de abril de 2015

DESENCONTROS

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Quando um homem público está preocupado com outras coisas, que não a administração correta do setor que lhe compete, ele acaba metendo os pés pelas mãos, especialmente nas áreas em que esteja mal assessorado.

Durante um incêndio de proporções jamais vistas na história de nosso país, o prefeito juntou-se a um outro eleito pelo obtuso e obsoleto sistema de proporcionalidade dos votos e ambos fizeram uma foto de si mesmos (selfie), tendo como pano de fundo a área do desastre.

O mesmo alcaide que defende, por necessidade real e lógica, a troca do transporte individual pelo transporte público em Santos, permite que seus assessores privilegiem os automóveis, em detrimento dos pedestres e do transporte coletivo. Mais incongruência é impossível.

Os semáforos de travessia de pedestres perdem espaço e tempo para os veículos, colocando em risco constante a vida dos transeuntes.

A total falta de fiscalização – embora constantemente desmentida pelo poder público – permite que as bicicletas transitem na contramão de direção e sobre as calçadas, geralmente para facilitar o assalto aos mais idosos que por ali caminham.

Falando nos idosos, que as estatísticas oficiais dão como sendo a maioria da população, eles acabam de ser novamente preteridos pela Prefeitura Municipal de Santos, que vem reduzindo a quantidade de pontos de parada de ônibus e aumentando acentuadamente a distância entre eles.

Aí, quem pode, vai de automóvel ou de Seletivo, pois é possível desembarcar em qualquer lugar...

Além de má gestão, chama-se a isso, também, de desencontro administrativo.

12/4/2015 17:35:15
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sábado, 7 de março de 2015

Morrendo em Silêncio

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O nosso bairro vai morrendo aos pouquinhos e em silêncio.
Todos nos calamos e a morte da Encruzilhada vai vindo silenciosa, como acontece também em outras partes da cidade.
Na semana atrasada fecharam o “Sacolão”, que deve se transformar em área de esportes para a universidade em frente. Nesta segunda, a melhor farmácia do bairro não abriu as portas.
Aqui, sentado no ônibus, eu observei o local onde funcionou a farmácia e, agora, estamos parados defronte do prédio fechado do sacolão.
Levamos mais de dez minutos para vir de um ponto de ônibus ao outro; duzentos metros de distância.
Nenhum agente da CET...CE quem? Ninguém! Os veículos que vêm pela Afonso Pena fecham o cruzamento e não há ninguém para fiscalizar.
Quinze minutos para o coletivo percorrer dois quarteirões, da Luiz Gama até a Francisco Glicério.
Meia hora depois de tomar o ônibus, eu chego ao consultório médico, quatro pontos de parada depois do embarque...Não vim a pé para não chegar suando em bicas.
Um automóvel, deslocado da fila dupla à entrada do estacionamento sempre cheio da Unimed, impede que o ônibus continue o seu trajeto; as buzinas acusam a falha e a falta total de fiscalização.
Santos aderna ao peso das torres de concreto e da falência administrativa dos abstratos.

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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Ao Acaso

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É comum que se veja dois e até três coletivos da mesma linha trafegando juntos, enquanto a espera nos pontos de parada se estende no tempo e no vazio que caracteriza a administração pública e os seus muitos cabides de emprego.

Hoje, um cidadão conseguiu um raro espaço na “coluna do leitor” do jornal local, para protestar contra o fato e cita os exemplos, data e número da linha do coletivo.

Quando afirmamos que ele conseguiu um raro espaço é porque essa coluna, criada para abrir espaço para a manifestação popular, nas atuais administrações municipal e estadual (as duas se permeiam e enlaçam quase maritalmente), tem ocupada a maior parte desse espaço com os romances e histórias da carochinha, contados por suas assessorias de imprensa.

No mesmo “espaço invadido”, a EMTU, através também de sua assessoria de imprensa, reconta as mesmas lendas sobre o VLT; não explica a força de alguns grupos dentro da empresa e vai empurrando com a barriga o feto espúrio e sem passaporte, até que as investigações do Ministério Público sobre a fábrica dos trens acabe chegando ao pai da criança.

Os mesmos governos municipal e estadual montaram uma “força-tarefa”, para fiscalizar o entorno de uma universidade onde ocorre o que se possa imaginar de desmandos e até um crime de morte, na semana atrasada. Tomara que a força-tarefa não perca logo a força e nem seja apenas um ensaio pré-carnavalesco para o desfile conjunto com a “Banda-Lheira” que faz sucesso Brasil afora, apesar de representar oficialmente a capital federal na festa que é a cara do país.

A turma da “A. I.” (assessoria de imprensa) municipal também rebate, de olhos fechados, as denúncias constantes sobre cobrança para uso das cadeiras e guarda-sóis que se adonam da maior parte da área nas praias santistas. Rebate, mas o circo está lá, para quem quiser ver.

Está parecendo a Secretaria de Obras, que sequer sabe aonde “obram” grandes e pequenos construtores, pelos bairros da cidade.

Compraram um “drone” (ah, essas crianças e seus brinquedos!), um aviãozinho para fazer o levantamento dos locais aonde a água empoçada possa estar se transformando em criatório de mosquitos. Ah, essas larvas!

Compraram o brinquedo, mas o mesmo jornal mostra um terreno abandonado, cheio de água, onde deveria estar sendo construído um edifício de apartamentos. Por conta da mesma matéria, fica-se sabendo que as vendas começaram dois anos antes da aprovação da planta e, depois, apenas alicerce e ferragem enferrujada. Quem pagou danou-se!

O carnaval está aí e vai bem, obrigado!

Vamos para a rua assistir ao desfile da sempre campeã de todos os carnavais oficiais, a “Banda Lheira”.
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