domingo, 25 de agosto de 2019

Sobre a Privatização do Porto de Santos

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Fica muito clara no atual governo a intenção de privatizar a maioria das empresas públicas, mas não parece a nós – povo – que os estudos estejam sendo feitos com a temperança que o tema e os interesses nacionais exigem, pois a nova gestão do país tem apenas alguns meses e se perde enredada em questiúnculas que não ajudam a pensar o futuro da nação.

Não é fácil e muito menos simples o combate aos desmandos, aos privilégios e aos vícios centenários que se arrastam no tempo e se sustentam nos hábitos e nos interesses muitos e de muitos.

O atual governo se dispôs à guerra necessária e urgente, demonstra coragem, mas está se perdendo na falta de tática, esse elemento essencial para que a vitória seja alcançada com sabedoria, pouco a pouco, batalha por batalha... Lançamo-nos no campo de luta com fúria insana, de olhos vendados e - como país - poderemos acabar dizimados pelo universo dos inimigos internos e externos que vão surgindo no trajeto, na falta de serenidade e na ausência do silêncio essencial para que esses adversários do país possam ser vencidos também pela surpresa.

Esses prolegômenos se faziam necessários e, agora, vamos ao Porto de Santos, que cresceu sob uma administração privada, fez prosperar as cidades em seu entorno, mas acabou nas mãos do governo, sendo corroído pela usual má administração, pelos interesses escusos, pelos desvios de toda ordem e pela corrupção impune que, com freqüência descabida, macula a gestão dos bens públicos.

As atividades portuárias, bem como as áreas adjacentes aos portos, são essenciais para a manutenção da segurança e vitais para a efetiva condução dos interesses de um país e não devem, de forma alguma, deixar de estar sob a gestão e a proteção do Estado.

Todavia, para que não se caia e se continue na vala comum dos desmandos, da irresponsabilidade gerencial e na impunidade que propicia e sustenta todos os crimes contra o erário através dos séculos, urge que se criem mecanismos legais de controle, somados a uma rígida e efetiva punição aos crimes cometidos contra o patrimônio público e essa parece ser a parte mais difícil da jornada, pois acaba encontrando dificuldade para prosperar, enquanto a estrutura estatal está carcomida, permeada pelos vícios e pelos crimes que se tornaram prática comum.

Para sustentar a nossa condição de país próspero e independente, não podemos mais continuar reféns do crime organizado - fora e dentro da estrutura do Estado - e para isso é essencial que se criem e se aprovem medidas rígidas para garantir o nosso futuro, protegendo a nossa estrutura e a nossa soberania.

Carlos Gama.
25/08/2019 12:00:06


* Salve o Dia do Soldado!
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