quinta-feira, 27 de junho de 2019

Em Causa Própria

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Algumas vezes ficamos na dúvida em relação ao significado das palavras que se assemelham e das frases onde elas se encaixam.

Neste caso, "em casa própria" talvez não destoasse.

A desfaçatez na gestão da coisa pública chegou a tal nível, que já não mais se estranha que do nada surjam defensores pretensamente dativos, para reforçar os desmandos que acontecem em contratos firmados na calada da noite e postos em execução de afogadilho, em detrimento do interesse coletivo.

Carlos Gama.
27/06/2019 13:31:41
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quarta-feira, 26 de junho de 2019

A Escora e a Escória

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Somente a escória escora a escória.

Não, não é um joguinho de palavras, mas a triste realidade do momento que vivemos.

As leis são interpretadas a bel-prazer dos que deveriam respeitá-las e fazê-las valeram.

Os atos da escória são disfarçados ou distorcidos em benefício próprio.

O Poder Corruptivo é o mais intenso e influente dentre os Poderes do Estado. Sim, de um Estado em que o regente desnudo – ex-regente -  continua gritando de trás das grades justas: “l´État c´est moi”. E, pior, encontra coro entre os inconformados com a possível perda do acesso às fartas tetas da rês pública.

Esse é o Estado das fantasias, esse é o estado de coisas, dos coisas...

Carlos Gama.
26/06/2019 14:10:07
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sábado, 22 de junho de 2019

Ora, Vá Para a Ponta da Praia!

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É hábito antigo do santista, quando está enraivecido com alguém mandá-lo para a Ponta da Praia. Apenas forma de expressão e aproveitamento da similitude: “Ora, vá para a Ponta da Praia”... Qualquer semelhança não é mera coincidência!

Mas, do jeito que vai a coisa, não tarda o dia em que essa expressão talvez tenha uma conotação ainda mais pejorativa.

Até mesmo um dos organismos de imprensa, que abertamente defende o imbróglio entre a prefeitura e um determinado grupo empresarial, já está abrindo espaço para manchetes como a de hoje: “Trânsito na Ponta da Praia ainda é motivo de queixas”.

Analisa-se o título, depois o conteúdo e é possível que se fique na dúvida sobre o seu real objetivo. Estariam tentando transferir a imagem do caos crescente apenas para as filas da balsa, a morosidade na travessia e a sinalização falha?

Entretanto, com parte das “obras” já em curso quase retal - especialmente nas que se vêem na Avenida Governador Fernando Costa, com o estreitamento acentuado daquela via, que recebe inúmeras linhas de coletivos e trânsito intenso de outros tipos de veículos, deixando-a com capacidade para apenas duas faixas de tráfego - não se sabe até onde irão os objetivos nem sempre muito transparentes que por aqui se adotam.

Algum interesse em possíveis estacionamentos a serem criados fora do leito das avenidas?

Impossível saber por ora.

Essa barganha de área nobilíssima (para a construção de mais algumas torres de concreto) por alguns “serviços prestados” tem levado o Ministério Público a questionar a “coisa” em juízo.

Infelizmente, talvez fique apenas nisso.

Carlos Gama.
22/06/2019 21:35:13
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sexta-feira, 21 de junho de 2019

O Que Realmente Importa?

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Abro o jornal de hoje e busco a carta enviada; fico somente na esperança, pois o tema talvez não seja importante, afinal há muito tempo as calçadas já não são mais para os pedestres.

Desço o olhar um pouco mais e enveredo pela leitura da crônica de Maurílio Tadeu de Campos; o peito arfa e os olhos lacrimejam. Ele expõe com clareza a miséria de uma sociedade em franca decadência... De um lado miséria, do outro indecência.

Pouco mais adiante, no mesmo jornal, prossegue a culpa imputada a um governo de seis meses e o silêncio imoral sobre mais de uma década de venalidades e de desmandos. Teremos perdido apenas a sensibilidade e a vergonha ou foi de cambulhada também o racional?

Em vão, a nova gestão (ainda que infantil em certos pontos) tenta não deixar que se chegue ao final da ladeira enlameada, mas vai ser difícil, talvez impossível, se continuarmos a despejar baldes e baldes de água suja pelo mesmo leito escorregadio, para impedir a retomada da subida.

Afinal, questiona-se: de que lado vocês jogam? São partidários do país onde vivem ou se interessam apenas pelos próprios bolsos?

Quando alguém labuta e consegue juntar a brasas à nossa sardinha, há os que reclamam para si a ação inútil que dizem ter dez anos. Politicagem! Ah, a politiquice... Sim, apenas sinônimas!

Carlos Gama.
21/06/2019 13:52:06
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quarta-feira, 19 de junho de 2019

Mais um Pouco de Santos

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Os mais extensos e sem dúvida também os mais belos jardins em orla marítima; mal cuidados, mas ainda assim um sucesso. Mais de duzentos mil metros quadrados de jardins.

Arvoredo sustentando parasitas, mas não somente na orla, por toda a cidade as árvores definham sob o peso dos sugadores de seiva. Sim, existe mesmo uma brutal semelhança com a imagem do país.

Ainda ontem fotografei um dos espécimes de jambo, da Praça José Bonifácio. Definhando, mal podado e recoberto de enxerco (erva-de-passarinho). Parece haver uma orquestração para dar cabo da flora urbana e a ação começa pelas podas feitas a esmo, sem critérios técnicos na execução e nem mesmo na época.

E, já que estamos falando em descaso, eu gostaria de saber onde são vendidas as tampas de inspeção das redes de águas pluviais e até mesmo as grelhas de ferro dos bueiros furtadas na cidade, uma vez que não conheço por aqui nenhuma fundição. Essa é mais uma pergunta que eu gostaria de ver respondida, mas que irá ficar apenas na vontade. Afinal, há cinco gestões eu aguardo informações sobre os custos de implantação da ciclovia das palmeiras, na Avenida Dona Ana Costa. O pedido foi feito e reiterado por um dos vereadores da cidade, mas até agora nada...

O município nada em dinheiro – ou parece – e então esbanja em reformas mal feitas, em obras não fiscalizadas, em refazimento dessas mesmas obras e arcando com o sobrepreço indiscutível ou já previsto.

O Bairro da Ponta da Praia vai bem, obrigado! E os beneficiários diretos também. O caos no trânsito, o estreitamento das vias e o crescimento do concreto, à vista dos abstratos, também parece não incomodar a ninguém.

Quem encontrar um agente de trânsito vai ganhar um pirulito e se achar algum outro agente fardado, pode ganhar um refrigerante.

Alguns motoristas de coletivos urbanos conduzem os bólidos sem nenhuma preocupação com aquilo que conduzem. Sim, para esses, o passageiro deve ser tido como “aquilo”.
Em compensação, há os opostos, os motoristas sobre os quais a gente insiste com prazer em escrever para a empresa e elogiar a conduta.

Seria bem-vinda uma proposta (venha de onde vier) que obrigasse por contrato a empresa a manter uma equipe rotativa de fiscais descaracterizados, que viajariam por todas as linhas sob concessão para fazer um levantamento da qualidade do serviço prestado e os riscos de acidentes.

Bem, hoje já é amanhã; é tempo de dormir.

Carlos Gama.

20/06/2019 01:43:13
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Justificando

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As linhas anteriores, que têm por título "Caminhos Tortuosos", acabam aqui justificadas ou esmiuçadas, porque entendemos de suma importância para o conjunto, que saibamos olhar e enxergar o que vem acontecendo com a estrutura da sociedade humana, especialmente no atual momento; é essencial que saibamos perceber e combater os exemplos negativos - como o observado naquele momento - pois, quando um mestre confraterniza com um universo de jovens em baderna, em ação de desrespeito às normas, à lógica e ao bom senso, ele estará dando apoio, ele estará dizendo que aquilo está correto ou, no mínimo, que é aceitável.

O mestre deve ser o modelo e - ainda que não perceba - pode acabar tendo mais influência que as próprias famílias sobre o comportamento dessas vidas que são colocadas em suas mãos para aprofundarem o seu conhecimento sobre doutrinas específicas.

Mesmo que a estrutura familiar haja transmitido ensinamentos baseados em modelos corretos e totalmente diversos daquele que ali se via, uma enorme parcela da juventude - em todas as épocas - encarna o espírito da contestação, pois ele acaba sendo comum ao estágio que precede o amadurecimento completo.

E nesse ponto da caminhada, um “mestre” com tal comportamento pode com certeza ser o descaminho de um futuro ainda em construção.

Carlos Gama.
19/06/2019 12:06:06
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terça-feira, 18 de junho de 2019

Caminhos Tortuosos

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O relógio marca pouco mais de vinte e uma horas de sexta-feira, nas proximidades de um dos conjuntos universitários da cidade. Pela calçada de um botequim da moda, a caminho do ponto de parada de ônibus, seguem dois homens já grisalhos; no dia seguinte um deles deve chegar aos setenta e oito, e esse evento é o tema da conversa que os entretêm.

Com a passagem totalmente impedida - cena já comum - eles seguem pelo leito carroçável. Em meio à turba, em terno e gravata, uma figura pública de algum destaque também confraterniza; quiçá um professor em aula extra, talvez até dissertando sobre o direito incontestável de ir e de vir com liberdade e em segurança.

Na Inglaterra, duas jovens enamoradas são brutalmente agredidas dentro de um coletivo.

Por trilhas tortuosas e sombrias segue a sociedade trôpega e demagoga, almejando talvez um horizonte em evolução.

Carlos Gama.
08/6/2019
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segunda-feira, 17 de junho de 2019

A História de um Político Reencarnado

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O médium J. Raul Teixeira conta que certo dia ia a uma conferência numa cidade importante do Brasil, e ao dirigir-se para almoçar num restaurante, com os seus anfitriões, enquanto esperavam que o semáforo abrisse para atravessarem larga avenida, ele via uma mulher andrajosa ali ao lado, no caixote do lixo a procurar comida e a separar o lixo mais limpo do mais sujo. Tal cena causou-lhe tamanha impressão, que perdeu a vontade de almoçar, embora a necessidade de o fazer. Enquanto tentava se recompor mentalmente, já no restaurante, pensando naquele ser que nada tinha, e ele ali num restaurante com os seus amigos, apareceu-lhe, através do fenômeno da vidência espiritual, um espírito amigo que o acompanha na sua tarefa doutrinária, que o acalmou, referindo que mesmo que fosse dar comida àquela senhora ela recusaria. E o Espírito, em breves pinceladas contou a história daquela mulher, que nesta vida era a reencarnação de um famoso político brasileiro, ainda hoje muito conceituado, e que por ter prejudicado tanto o povo, tinha reencarnado numa condição miserável, devido ao mecanismo do complexo de culpa que fez, após a morte do corpo de carne, no mundo espiritual (onde não conseguimos esconder nada, nem de nós, nem dos outros), voltando numa condição miserável para aprender a valorizar aquilo que ele tanto desprezara na vida anterior: as dificuldades financeiras do próximo. Curiosamente, o nome desse famoso político estava afixado nesse local, dando nome à avenida, e essa mulher, por um mecanismo de fixação inconsciente, não largava aquele local onde outrora lhe prestaram grandes homenagens. Não era um castigo divino, mas sim uma decorrência da Lei de Causa e Efeito, onde cada um colhe de acordo com os seus atos, pensamentos e sentimentos.

"A SEMEADURA É LIVRE MAS A COLHEITA OBRIGATÓRIA"

FRASE DE CHICO XAVIER: "Devemos orar pelos políticos, pelos administradores da vida pública. A tentação do poder é muito grande. Eu não gostaria de estar no lugar de nenhum deles. A omissão de quem pode e não auxilia o povo é comparável a um crime que se pratica contra a comunidade inteira. Tenho visto muitos espíritos dos que foram homens públicos na Terra em lastimável situação na Vida Espiritual . . ."

Associação Espírita Mensageiros da Luz
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* O leitor, muito provavelmente estará imaginando o que terá uma história como esta a ver com a cidade de Santos, que é a proposta deste Blog.

Esta história tem tudo a ver com a nossa cidade, como tem tudo a ver com o que vem ocorrendo na política de um modo geral e por esta razão pedimos autorização para publicar aqui esta mensagem de despertar.

Todo aquele que reencarna com o propósito de militar na área pública (não somente na política), aqui chega como um "missionário", alguém que vem (a seu próprio pedido) com o objetivo de trabalhar pelo bem comum, pelo interesse da sociedade e especialmente pelos mais carentes, mas o que se tem visto em larga escala é exatamente o oposto, pois esses espíritos agora encarnados, em sua maioria pouca importância dão ao porvir, pois estão dominados pela vaidade, pelo orgulho, pelo gozo de todos os bens materiais, pouco se importando com o interesse coletivo ou com a miséria que vem se instalando no seio da sociedade.
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domingo, 16 de junho de 2019

Empreitadas

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Desde os mais pobres municípios até os estados mais ricos, a estrutura republicana vem sendo comandada por empreiteiras e essas organizações manipulam abertamente o mercado farto da corrupção.

O dinheiro público, usado de forma pessoal e natural, engorda contas bancárias de proprietários dessas e de outras empresas, bem como as daqueles que manobram a estrutura oficial a seu favor.

Os contratos entre o público e o privado são eivados por vícios originais e rotinas delituosas que vieram sendo aceitas como naturais nas últimas décadas, espraiaram-se como um gás venenoso e foram colocadas em prática com a naturalidade daqueles que desconhecem totalmente os princípios mais básicos da ética, da moral, do justo e do direito.

Tristemente, as palavras de maior destaque dentro dos séculos XX e XXI são “corrupção” e “suborno”, expressões da realidade e de evidência plena, pois designam os atos de maior intensidade dentro do arcabouço do estado republicano moderno.

Não se pode afirmar que tais práticas não tenham sido parte da estrutura desde a sua criação, entretanto a maior intensidade vem ocorrendo desde a metade do século passado e agora se espraiando com maior velocidade.

A prática corruptiva se arraigou de tal forma dentro dos conceitos do aceitável, que o seu combate será uma luta intensa e de longa duração, sem que se possa antecipar o lado vitorioso, pois esse câncer estrutural tem raízes na própria educação e na formação das duas últimas gerações de brasileiros.

Somente uma verdadeira revolução nos conceitos de certo e de errado ou de bem e de mal poderá dar início ao processo de cura dessa enfermidade, que tende a aumentar a miséria social e a arrastar o país para o fundo do poço da moralidade.

Carlos Gama.
16/06/2019 09:10:38
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sábado, 15 de junho de 2019

Operação Pancake

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Comecemos por explicar o significado do termo "pancake", que no idioma inglês quer dizer panqueca e no idioma português do Brasil nomeia um tipo de maquiagem, um tipo de massa, uma base espessa e cremosa, que é aplicada para encobrir as imperfeições na pele humana.

Houve época em que era comum o uso da expressão “operação pancake”, quando uma jovem se preparava para um baile e fazia uso de desodorantes, perfumes e maquiagens, ao invés de enfrentar o chuveiro.

Há aproximadamente cinco gestões públicas na cidade de Santos, quando se tornou prática maquiar as imperfeições nos próprios municipais (incluam-se aí os prédios públicos, os teatros, as ruas, as avenidas, as ciclovias e as calçadas a seus cuidados), batizou-se esse tipo de intervenção “meia-boca” de “operação pancake”, porque eram remendos pelos quais se pagava o preço das obras feitas com critério e seriedade, mas apenas disfarçavam a realidade.

Com início nesse mesmo período, desde a licitação para absorção da área do pátio de manobras da Estrada de Ferro Sorocabana, outras práticas também se tornaram comuns e cada vez mais freqüentes, mas ficaram à sombra da derrocada moral pela qual passou o país durante esse mesmo período.

A salvação ou o aterro desse fosso fétido, só está sendo possível após a implantação da Operação Lava Jato, seus desdobramentos e os primeiros resultados, que a seu tempo também deverão chegar por aqui.

Enquanto não nos alcança tal fortuna, confiemos nas tentativas do Ministério Público Estadual que, embora peleje com denodo, ainda não tem conseguido alcançar os resultados esperados.

Dada a morosidade com que caminham os trâmites institucionais, os interessados no jogo aprenderam muito sobre as vantagens de se projetar as intervenções na calada da noite e iniciar de pronto a sua execução, mesmo ao arrepio das regras ou das tentativas oficiais de se interromper a trama. Os frutos podres desse aprendizado danoso ao interesse coletivo vão adiante, prosseguem porque a alegação de perda sobre o que já foi investido, usualmente acaba sendo funcional, acaba sendo aceito como justificativa e atende aos interesses daqueles que sabem driblar as regras e silenciar os eleitos pelo voto popular para fiscalizarem as ações do Poder Executivo.

Carlos Gama.
16/06/2019 00:12:59
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Não Diga

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Não diga que eu falei, porque refuto.
Não falei, escrevi.
Sim, escrevi porque há várias razões para isso.
Escrevi porque posso me expressar sem que deva controlar o meu emocional;
Escrevi, porque a palavra impressa não pode ser desmentida, seja por um, seja por outro;
Escrevi, mas posso desdizer o que está grafado e esse é o signo daqueles que pensam, que raciocinam, que analisam e não se envergonham de reconhecer o engano e de retornar sobre os próprios passos;
Não diga que eu falei, porque ainda que possa tê-lo feito, as palavras se perdem no éter, na desmemória ou até na fúria de um momento de desatino e eu posso realmente não me lembrar e por isso escrevo, escrevo, escrevo até de forma compulsiva, porque esse desabafo acalma o meu espírito e não afronta a ninguém que não leia os meus pensamentos;
Penso, penso, penso sempre tão rapidamente, que quando chego até aqui, ao computador, muitas vezes já não me lembro daquilo que pretendia expressar, por isso me agradam mais a caneta e o papel;
Chego até aqui e as cenas já estão confusas, são pinceladas soltas na tela em branco da minha memória provecta, mas eu me lembro de ter pensado na frase “malhar em ferro frio”, porque ela me conduziu às lembranças das muitas ferrarias que conheci ao longo de uma vida de menino apaixonado por cavalos, pelo seu relincho, pelo seu cheiro, pelo seu olhar geralmente amigo, pelo seu dorso acolhedor...
Perco-me aqui, porque o carro dos ovos chegou... São quarenta avos... E não há quem fiscalize essa baderna em que vai se transformando a cidade.
Volto à ferraria e a memória visual do menino traz a imagem de uma barra de ferro cortada no tamanho exato para a confecção de uma ferradura, vejo-a na forja, avermelhando até ao ponto de ser malhada; volta a pequena barra às garras da torquês de cabo longo...  E, o carro dos ovos chegou... Pode um cidadão pensar em paz?
Avermelhada ao ponto exato vai a matéria-prima para a bigorna, onde a marreta manuseada com a maestria de anos e anos de prática diária lhe arredondará as formas.
Dane-se o carro dos ovos, que não silencia; danem-se todos os que mamam nas tetas da rês pública e não fazem por merecer.
Depois vêm as eleições e você achará de dizer que eu devo continuar votando, porque as coisas precisam tomar um jeito. Sim, as coisas que tomam jeito são as contas bancárias, as propriedades, as comissões e o diabo a quatro, mas o carro dos ovos chegouuuuuuuuuuuuuuu...


Carlos Gama.
15/06/2019 10:41:26
* Por respeito a você, algumas expressões mais duras foram retiradas ou substituídas, mas a raiva e o inconformismo permanecem.
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domingo, 9 de junho de 2019

Brazucas e Portugas

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Desagrada-me sobremaneira quando leio um português referindo-se a nós como os “brazucas”, como deve também incomodar muito a eles quando os chamamos de “portugas”.

São tratamentos aceitáveis entre amigos, pois soam amistosos e o são, mas entre estranhos ressoam jocosos e desrespeitosos.

Ultimamente tenho observado aberrações cometidas contra brasileiros em terras de nossos ancestrais, chegando a proporem atirar pedras em estudantes brasileiros, colocando a disposição até caixas com seixos e cartazes incitando à prática, em portas de universidades portuguesas.

Entristece-me muito, porque jamais se ouviu por aqui alguma história sobre ataques a portugueses; nem mesmo os nossos ancestrais, séculos atrás, quando aqui chegaram, foram mal recebidos pelos da terra, aqueles mesmos que quase dizimamos através dos tempos.

Tenho muito orgulho de minha ancestralidade, de suas origens e de suas lutas, mas a minha terra, a terra em que nasci e onde vivo, sem jamais ter arredado pé, é o Brasil. O idioma que falo e escrevo é o português – sim, é português, porque tem a sua origem em Portugal – mas é o português brasileiro, com suas nuances, sotaques e regionalismos e não acho justo que quem quer que seja o desmereça, mesmo que os maus representantes populares tenham firmado um arremedo de acordo ortográfico, uma aberração que incomoda tanto a mim quanto aos meus patrícios do outro lado do Atlântico, mas não nos esqueçamos, que o servilismo que se viu por aqui, também houve por lá. Portanto, a luta que encetamos para a revogação desse aborto ortográfico (como dizem por lá) ou esse “acordo de pocilga”, como digo eu por cá, deve nos unir de forma amistosa e respeitosa, para que consigamos o resultado que almejamos ou, no mínimo, que mantenhamos essa convivência amistosa que sempre caracterizou os nossos encontros, nos dois lados da imensidão oceânica, uma vastidão que, mesmo com toda a sua plenitude, jamais ousou nos impedir o convívio.

Carlos Gama.
09/06/2019 20:23:39
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