domingo, 16 de junho de 2019

Empreitadas

.
.
.


Desde os mais pobres municípios até os estados mais ricos, a estrutura republicana vem sendo comandada por empreiteiras e essas organizações manipulam abertamente o mercado farto da corrupção.

O dinheiro público, usado de forma pessoal e natural, engorda contas bancárias de proprietários dessas e de outras empresas, bem como as daqueles que manobram a estrutura oficial a seu favor.

Os contratos entre o público e o privado são eivados por vícios originais e rotinas delituosas que vieram sendo aceitas como naturais nas últimas décadas, espraiaram-se como um gás venenoso e foram colocadas em prática com a naturalidade daqueles que desconhecem totalmente os princípios mais básicos da ética, da moral, do justo e do direito.

Tristemente, as palavras de maior destaque dentro dos séculos XX e XXI são “corrupção” e “suborno”, expressões da realidade e de evidência plena, pois designam os atos de maior intensidade dentro do arcabouço do estado republicano moderno.

Não se pode afirmar que tais práticas não tenham sido parte da estrutura desde a sua criação, entretanto a maior intensidade vem ocorrendo desde a metade do século passado e agora se espraiando com maior velocidade.

A prática corruptiva se arraigou de tal forma dentro dos conceitos do aceitável, que o seu combate será uma luta intensa e de longa duração, sem que se possa antecipar o lado vitorioso, pois esse câncer estrutural tem raízes na própria educação e na formação das duas últimas gerações de brasileiros.

Somente uma verdadeira revolução nos conceitos de certo e de errado ou de bem e de mal poderá dar início ao processo de cura dessa enfermidade, que tende a aumentar a miséria social e a arrastar o país para o fundo do poço da moralidade.

Carlos Gama.
16/06/2019 09:10:38
.
.
.

Nenhum comentário: