sexta-feira, 27 de junho de 2014

Histórias da Carrocinha

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Induzidos pela capacidade de convencimento que acompanha todo o político e pela propaganda maciça onde o poder público investe grande parcela do dinheiro não desviado, o eleitor brasileiro acaba crendo em histórias da carrocinha e acaba caindo em contos da mesma origem.

Ontem, a presidente da república esteve na cidade de Santos para comunicar a liberação de verbas para obras essenciais ao trânsito de veículos.

Veio fazer propaganda, veio reforçar o apoio ao seu candidato ao governo do estado, assim como também veio o atual governador com o mesmo objetivo pessoal e eleitoral.

Durante a sua digressão político-eleiçoeira, a presidente aproveitou para colorir a imagem desgastada da estatal petrolífera – emaranhada em escândalos vários e de tamanho desmedido - afirmando que os frutos do pré-sal irão, a partir de dois mil e dezessete, beneficiar as áreas da saúde e da educação, ao longo de trinta e cinco anos.

Partindo do pressuposto que o pré-sal não seja uma “barca furada” - quando o mundo todo navega por outros mares e por outras rotas - e que vai haver seriedade bastante para que se invista realmente em saúde e educação, qual a razão de não estarmos fazendo isso, hoje?

Afinal, tem sobrado dinheiro para construirmos portos no estrangeiro, beneficiando parceiros políticos e empreiteiras financiadoras de campanhas. 

Ainda partindo do pressuposto de que tudo vai dar certo, por qual razão um espaço de tempo específico? Em trinta e cinco anos a fonte vai secar ou é apenas mais um número para ludibriar o ouvinte crédulo e inocente?

Inocência talvez não!

Por que esperar mais três ou quatro anos pelos royalties do pré-sal, se temos vinte e quatro bilhões já investidos em uma refinaria que está sendo construída no Brasil para refinar apenas o petróleo da Bolívia?

Por que esperar esse tempo todo, se estamos em condição de perdoar as dívidas contraídas conosco por outros países?

Você, que chegou até aqui, com certeza percebeu e sorriu ao ler sobre as histórias da carrocinha...

O que ali foi escrito está correto, foi consciente, porque – embora desrespeitemos os de quatro patas – tudo isso que se vê na política, não passa da mais pura “cachorrada”.

Se você se escandalizou com o que leu, então fique atento e não perca o pique da bola, porque o que não se vê ou não se lê, é ainda pior.
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terça-feira, 24 de junho de 2014

A Copa

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Por mais difícil que seja acreditar, a atual administração da cidade vai acabar ganhando a Copa do A. A.

Não, não tem nada a ver com alcoólicos anônimos, esta é a Copa do Abandono Administrativo.

Esforçando-se para que tudo dê certo e a vitória aconteça, alguns secretários nem pensam em sair da concentração.

Essa é mesmo uma Copa diferente, porque ninguém entra em campo e nem precisa correr atrás da bola. Basta deixar o barco à deriva.

No trânsito, todos vêem cada vez menos.

Carros e caminhões estacionados bem embaixo de placas de proibição; automóveis abandonados durante meses, dão a nota do descaso.

Obras?

Obras muitas e ao deus-dará dão a tônica dos que “obram” como e onde querem.

Calçadas interditas jogam os pedestres para o meio das ruas, ao sabor das máquinas mortíferas.

Não, também não estamos contra o prefeito, estamos contra tudo o que deveria ser feito e não se faz.

Dois quarteirões apenas e quem quiser ver verá.

Vá a pé pela Avenida Rodrigues Alves, em direção da Avenida Conselheiro Nébias e logo no início do trajeto vai encontrar dois caminhões estacionados – como todos os dias – em área proibida.

No meio do caminho, à sua esquerda, há uma via transversal; ali, há meses, um auto abandonado alimenta o verde que vai crescendo à sua sombra imóvel. Dá para ver daqui mesmo!

Continue em direção da avenida principal e vai ter de atravessar a rua, porque há cinco dias a calçada está totalmente obstruída pelo cimento novo, mas ninguém providenciou um cordão de isolamento para os pedestres. Como acontece há meses, aquele espaço acaba sempre isolado pela areia ali descarregada ou pelos outros materiais em uso na obra. 

Calçada, em Santos, é para ser alugada pela prefeitura ou ser usada como privada para cachorro e alguns moradores de rua.

Para não pôr a vida em risco, você atravessou a rua e, logo mais adiante, quando o leito é bifurcado e o espaço reduzido e onde há placa de proibição de estacionamento, você vai se deparar com táxis e autos particulares estacionados exatamente onde a passagem no leito carroçável é mais estreita.

Estreita como a visão dos que bem recebem para mal administrarem a cidade.
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terça-feira, 17 de junho de 2014

A Infernática

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A informática, segundo os dicionaristas, é o ramo do conhecimento dedicado ao tratamento da informação mediante o uso de computadores e outros dispositivos de processamento de dados.

Internet é a interligação de computadores mundo afora por meio de um protocolo comum.
Usualmente chamada de net, a palavra de origem inglesa significa “rede”. E, caímos como peixinhos...

Não é lá muito fácil de se entender essa estrutura, mas todos ou quase todos sabemos o que significam na prática uma coisa e outra.

Computador é aquela máquina espetacular e maluca, que decide pelo temperamento se estará “a fim” ou não. Certos estão alguns países latinos, que usam a palavra “computadora” para designar essa máquina possessiva, temperamental e infernal.

A internet, também quase todos sabem, é aquele sistema falho que, vez sim e outra não, permitiria o acesso ao mundo virtual, ao contato com os amigos, à exploração das informações disseminadas pelo nosso globo e universo afora.

Nestes instantes (agora), por exemplo, o meu computador está no masculino, em uso pleno e indiscutível, mas a “bendita” da internet não funciona há duas horas e talvez nem venha a funcionar antes de amanhã quando eu, mais calmo e disposto a enfrentar um “orelhão”, irei reclamar daquilo pelo que pago religiosamente, para usufruir quando eles querem ou permitem.

Para que você entenda o meu dilema e as razões para eu dizer que somente amanhã irei usar um telefone público para tentar resolver esse impasse, eu vou ter de explicar o que é um “pacote” de serviços.

Quando você assina um contrato de tv acabo (o nome está correto, muito embora pareça que não), “eles” ficam insistindo para que você assine também o serviço de acesso a internet e, mesmo que você inicialmente não queira, acaba sendo convencido pelas “vantagens” que eles oferecem temporariamente (geralmente por três meses), como descontos e “quetais”. Depois vêm os “acessos”, geralmente de fúria. 

Nesse ponto da história você já tem um “pacote”, que ainda vai se mostrar um grande "embrulho", antes mesmo deles oferecerem o “combo”. Se aceitar, aí a coisa piora e você passa a fazer parte do comboio e do rebanho manso que eles vão tocando com o aguilhão da dependência, sem direito nem mesmo de poder reclamar – como agora – porque o telefone também é - ou seria - fornecido por eles.

Eles, agora, oferecem também um “combo multi”, que pode emudecer até o seu celular, se você não for vivo...

Está tudo ”fora do ar”.

Desisto! Vou ler ou dormir.

Até amanhã!
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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Os Ralos e as Bicas

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São os ralos maiores que as bicas, os responsáveis diretos por muitos dos problemas sociais pelos quais passa o nosso país.

Quando ainda carregava comigo algumas ilusões, eu gostava de discutir, até mesmo nos bancos universitários, os problemas quase inenarráveis do sistema prisional brasileiro.
Por ter o hábito de me referir a esse cancro social, como “sistema prisional”, eu ouvi certa vez de um dos professores, que não existia sistema prisional no Brasil, apenas prisões e da mais pior espécie.

Eu abandonei o curso no meio do caminho, mas não me alheei dessa e de outras questões, que são dependentes da seriedade do gestor da coisa pública, da sensibilidade em todas as áreas de operação do direito e especialmente de uma responsável atuação do legislador, que é quem tem o poder delegado de construir um elenco legal eficiente e exeqüível.

A frase “preso não tem família” marca a minha história, a minha memória e a minha trajetória de vida, porque ela foi uma das responsáveis por momentos de necessidade física, que envolveram a fome e a insegurança sobre um abrigo como moradia.

Todavia não são essas memórias que até aqui me conduzem; eu aqui chego, tentando trazer uma visão crítica sobre a insegurança que se abate sobre a sociedade brasileira (não é de hoje!), sobre as razões de sua existência e a interligação gerada pelo desrespeito às leis e ao próximo e ainda pela impunidade que grassa entre os que mais transigem, quando deveriam dar os melhores exemplos.

Tenho vivência, mas não tenho uma láurea que me conceda o direito de falar sobre regras jurídicas; tenho, todavia e aguçado, o alcance visual e o do intelecto, que mostram claramente que cada ser humano enviado para cárceres como os que mantemos, só pode mesmo se aprimorar na senda criminosa. 

Ou, será que poderíamos esperar outra coisa de um jovem sem eira nem beira, que enveredou pelo caminho do atropelo às regras sociais e por isso é confinado em uma jaula, sem qualquer condição mínima de sobrevivência digna, como forma de resgate da falta cometida e preparação para reinserção ou retorno ao convívio social?

Enquanto as verbas das construções de um sistema penitenciário são desviadas, as licitações são fraudadas e os nosso olhos se fecham comodamente, alguns muitos homens públicos se locupletam fartamente com o fruto dos desvios e dos assaltos descarados ao erário, como hoje noticia a imprensa, sobre dados oficiais vindos da Suíça, a respeito dos quase sessenta milhões de reais mantidos em conta numerada naquele país por um funcionário da estatal petrolífera nacional, a PETROBRAS.

Enquanto um pequeno cubículo, em estabelecimento penal provisório, acolhe 40 detentos em espaço destinado a 12, um membro do Tribunal de Contas do Estado mantém milhões e milhões de dólares em conta corrente, também na Suíça.

Eu sei que deveria ir adiante, mas as mazelas são muitas, cada vez maiores, cada vez mais inomináveis e você não teria paciência nem estômago para continuar lendo, entretanto é preciso que todos vejamos, que todos saiamos da sombra cômoda e do silêncio covarde, para que seja possível dar os primeiros passos para tentar mudar esse quadro que a todos nos afeta.
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sexta-feira, 6 de junho de 2014

Fatos Estranhos

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Ontem à noitinha, depois de um bom tempo de espera (enquanto bólidos das linhas vindas de Cubatão passavam a velocidades de assustar e fazer tremer o solo da Avenida Washington Luiz) conseguimos um ônibus da linha 5, que nos deixou na Avenida Ana Costa. Fizemos a pé, o trajeto que nos separava da Associação dos Cirurgiões Dentistas, na Avenida Marechal Deodoro.

Depois do evento, ainda a pé, nos dirigimos para a Rua Galeão Carvalhal, para esperarmos por algum ônibus da linha 5, 53 ou 40. Logo que chegamos ao ponto indicado, nos deparamos com uma placa de alerta (que deveria estar, também nas proximidades da Praça da Independência), indicando o ponto na praça, para os ônibus das linhas 5 e 53. Fizemos a quadra e meia do caminho de volta e nos pusemos a esperar o coletivo.

Quando faltavam dez minutos para as dez da noite, vimos que o veículo da linha 5, vindo do lado da praia, parava no semáforo fechado para travessia de pedestres, na esquina com a rua Galeão Carvalhal, como se fosse fazer o seu trajeto antigo e usual. E, fez! 

Um jovenzinho, lépido em seu corpo adolescente, ainda conseguiu correr do ponto ao local mencionado e tomar o ônibus; nós dois, já a caminho dos setenta, ficamos por ali, sem saber o que fazer. Afinal, deveria valer o que estava escrito na placa de aviso, na Rua Galeão Carvalhal. Ou não?

Vamos ou ficamos?

Na dúvida, decidimos perguntar à jovem senhora que vendia passagens no local e ela nos disse que estava funcionando segundo a vontade de cada motorista.
Acabamos pegando um ônibus da linha 29, descemos defronte o Instituto Dona Anália Franco e enveredamos, a pé, pela rua Cunha Moreira, até depois do canal três.

Além desse fato estranho, dessa anomalia e desserviço, ainda nos chamou a atenção não termos visto, nessas três horas ou pouco mais – parte dela na rua – nenhuma viatura da polícia e nenhum policial fardado, motorizado ou a pé.
O que estará acontecendo com a nossa cidade?
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