quinta-feira, 25 de julho de 2019

Administração Compartilhada

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O título está correto, o que não está certo é o compartilhamento das vagas na administração pública, sem que isso gere resultados positivos ou a justa contrapartida pelo muito que acabam recebendo do erário.

Essa é uma prática que se arrasta no tempo e na história, mas foi-se o tempo em que a nossa (deles) rês pública abrigava três ou quatro partidos políticos, com os quais o “apoiado” deveria compartir a gestão da coisa pública (quando se fala em gestão da coisa pública, fala-se especificamente de dinheiro, de ministérios, de secretarias e das milhares de vagas também em empresas estatais e paraestatais onde se acomodam, parentes, aparentados, amancebadas e seus frutos); hoje são trinta e três desses grupamentos de chupins e, segundo dados do TSE divulgados no ano passado, há setenta e três outros postulantes a essa condição, já em fase de análise.

Imagine-se o caos e a impossibilidade de gestão séria da estrutura, dentro de um quadro-negro como esse.

Em razão disso e de muitas outras quizilas que acompanham naturalmente a administração pública, é que vemos situações ininteligíveis como a do abacateiro que destrói o passeio e barra a passagem de pedestres pelo local - no Bairro da Ponta da Praia - sem que a prefeitura consiga dar um jeito na coisa...

Os carros de som dos vendedores de qualquer coisa (ovos, roupas, peixes, frutas e outros produtos) infernizam a audição e o sossego dos que pagam impostos escorchantes, sem que a administração pública consiga ou se interesse por fiscalizar.

Quando a Ouvidoria (que deveria ser os ouvidos do alcaide, mas acaba sendo apenas as orelhas) consegue acolher uma denúncia e dar o devido retorno, essa resposta é um acinte e não passa de uma caricatura da realidade.

Carlos Gama.
25/07/2019 20:53:46
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terça-feira, 23 de julho de 2019

Acadêmicos da Cerveja

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Cresce a cada dia o número dos jovens que trocam as salas de aula nas universidades pelos balcões e pelas mesas de bares, onde logo cedo (sim, ainda pela manhã) se iniciam ou se aprimoram no hábito de consumo das bebidas alcoólicas.

O alcoolismo na maioria das vezes é a porta larga de entrada pelo caminho dos vícios mais variados e deve ser desestimulado a partir de casa, do seio da família, mas é um mal a ser combatido de forma persistente também pelos Poderes do Estado.

Aqui, em Santos, a legislação municipal tem procurado inibir, ainda que de forma débil, o acesso aos bares, aumentando o limite de distância permitido entre as universidades e esses locais, mas o que se vê ocorrendo é a abertura de novos antros, a pouco mais dos trezentos metros especificados.

Pouco antes do início das férias escolares, escrevi uma carta a um dos jornais da região – infelizmente, o único que mantém espaço para manifestação dos leitores -, quase em tom de crônica, abordando uma cena muito triste, observada em um ambiente desses, onde a passagem dos pedestres era barrada pelos nobres estudantes, algumas vezes contando com a companhia daqueles que provavelmente, em aula, lhes dão vagas noções sobre o direito de ir e de vir.

O alcoolismo é uma doença degradante, de difícil combate e, como lembrado acima, é porta de entrada para outros vícios, alguns deles ainda mais mortais.

É preciso que as autoridades, os pais, os professores e até os orientadores religiosos se unam nessa luta contra esses males que corroem as famílias, degradam as profissões e assoberbam o Estado com o atendimento, mesmo que falho, aos dependentes de substâncias inebriantes.

Carlos Gama.
23/07/2019 20:12:01
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domingo, 14 de julho de 2019

Engodando

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A realidade tem mostrado claramente e persiste em nos fazer ver sempre a política como a arte do engodo, além naturalmente dos conchavos usuais para atendimento de interesses privados.

Esta afirmativa tem pleno sentido, e quem queira confirmar basta observar com um mínimo de atenção o que se passa mais perto de nós, em nossa cidade ou nas questões de real importância para a sua população.

Há mais de cinco décadas se arrasta pelas sombras das maquetes, de seus custos e das promessas politiqueiras, a ligação entre as cidades de Santos e de Guarujá. Agora, depois de algumas décadas de desinteresse pelo mesmo povo apático que os elege, reelege e mantêm, um político ou dois se destacam do bando e têm procurado se interessar pela reativação temporária dos trens de passageiros ligando novamente a nossa cidade à capital. Sim, seria uma ligação temporária, porque funcionaria apenas nos finais de semana, para atender o turismo, mas mesmo assim, aqueles que se adonam do poder parecem não ter intenção efetiva de levar avante tal projeto.

As concessões são feitas, os contratos firmados, mas o seu cumprimento morre na escuridão da imoralidade política e dos interesses escusos, como aconteceu com a promessa de reativação da linha férrea ligando a Baixada Santista ao Vale do Ribeira porque, afinal, o que interessa aos exploradores das concessões públicas é o filé mignon de cada uma delas e aos concessores as rebarbas dos mesmos banquetes indecentes, em detrimento do interesse público.

Ainda que nada tenha a ver com o senhor, monsieur de Gaulle, este é o país que pretendemos seja tido como sério... Oxalá, algum dia!

Carlos Gama.                                                                                                 
15/07/2019 00:08:44
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terça-feira, 2 de julho de 2019

Quem Faz o Quê?

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Eu gostaria de saber quem faz o quê - na administração pública de nossa cidade e - pela cidade.

O que alguns fazem em proveito próprio fica muito claro em cada desmando, em cada conchavo, em cada nova "obra", mas não é isso o que interessa nesse momento em que o estresse toma conta de quem tenta dormir, de quem tenta ler, de quem tenta estudar mas não consegue, porque embaixo da janela há um “carro dos ovos” com o volume de som ao máximo, que é para já ir alertando os moradores das ruas adjacentes.

Telefonar para os números indicados não adianta, porque irão dizer – como sempre acontece – que, quando a fiscalização chegar já terão ido embora.

A pergunta está feita:

Quem faz o quê? Se é que faz!

Haverá quem responda?
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