sábado, 8 de junho de 2013

O Drible do Desvio

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O interventor retirou de circulação os bondes, com certeza para atender aos interesses da empresa fabricante de ônibus.
Agora, depois de quarenta anos, querem devolver os bondes e os trilhos à cidade, sob influência de fabricantes europeus.
Há quem goste e quem não goste. Afinal a cidade é antiga – muito antiga – tem ruas estreitas e construções seculares e outros bens tombados que também devem ser preservadas.
O projeto original destacava o uso do traçado da antiga EFS (Estrada de Ferro Sorocabana), que cortava a cidade ligando o porto ao Vale do Ribeira, até ser desativada como quase a totalidade das ferrovias brasileiras, sempre com ações escusas ou discutíveis e no interesse das (agora são várias) fabricantes de veículos rodoviários movidos a diesel.
Logo depois – sabe-se lá por pressão de quem – o traçado foi modificado e, em audiência pública de dois anos atrás, a alteração foi questionada por escrito. Por falta de tempo hábil a pergunta ficou de ser respondida por e-mail, mas não foi. O cidadão insistiu e enviou dois ou três mensagens à EMTU (empresa responsável pela coisa), mas ainda assim não obteve resposta.
Por fim, escreveu a uma matutino regional e teve seu questionamento publicado. Ele queria (quer, porque a resposta foi truncada, evasiva e hipócrita) saber as razões do desvio do traçado entre o canal 1 (Santos é cortada por canais) e a Avenida Conselheiro Nébias, que fica entre o canal 3 e o 4.
De imediato a empresa “responsável” ocupou o mesmo espaço na mídia impressa, para responder com uma porção de informações de conhecimento público e algumas falsidades em relação ao questionamento feito, desviando até o desvio do original, mantendo-o entre os canais 1 e 2, porque não é conveniente reconhecer que o interesse de uma única pessoa possa sobrepujar o interesse público; mas isso é assunto para o próximo artigo...
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