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Abro o jornal,
Alice, e me deparo com mais algumas aberrações dessas já tão comuns nos dias de
hoje.
Na literatura
mais antiga, naqueles romances de antanho, o culpado era sempre o mordomo;
agora, o culpado parece ser sempre o caseiro.
Ônibus assaltados
nas barbas de todos; alunos e instrutores de auto-escolas vítimas dos mesmos
crimes; cidadãos mortos em troca de aparelhos celulares que irão atender o
mercado de consumo nas prisões; idosos e não idosos atacados para que
correntinhas, pingentes, alianças e anéis supram as necessidades de mercado dos
escritórios de compra de ouro; estabelecimentos comerciais assaltados para que
se atenda a demanda nas feiras-de-rolo; bandidos enfrentam e atacam abertamente
os agentes da lei, fazendo com que algumas situações se invertam e, ainda
assim, o Secretário de Segurança tenta
mistificar a insegurança nossa de cada dia, mesmo diante do quadro caótico de
assaltos e de homicídios que a imprensa vai noticiando todos os dias.
O alcaide
santista, como todo e qualquer outro senhor plenipotenciário - desses que pelo Brasil abundam e procriam -
decreta a transformação de “concessão de uso de bem público” em propriedade
privada e, assim, transmissível de pai para filho. Um verdadeiro negócio de pai
para filho ou um acordo de compadrio...
O prefeito não é
burro; ao contrário, é bem inteligente – a seu favor, como político – pois doa
um bem público, construído em área também pública e sabe que o Ministério
Público terá de intervir, ficando com o ônus da aplicação da lei, como já vem
se tornando comum.
Seus
antecessores fizeram escola na área e deixaram herdeiros...
É, Alice, o País
das Maravilhas era outro; este, aqui é o de Dona Candinha ou de Mãe Joana.
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