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Desagrada-me
sobremaneira quando leio um português referindo-se a nós como os “brazucas”,
como deve também incomodar muito a eles quando os chamamos de “portugas”.
São tratamentos
aceitáveis entre amigos, pois soam amistosos e o são, mas entre estranhos
ressoam jocosos e desrespeitosos.
Ultimamente
tenho observado aberrações cometidas contra brasileiros em terras de nossos
ancestrais, chegando a proporem atirar pedras em estudantes brasileiros,
colocando a disposição até caixas com seixos e cartazes incitando à prática, em
portas de universidades portuguesas.
Entristece-me
muito, porque jamais se ouviu por aqui alguma história sobre ataques a
portugueses; nem mesmo os nossos ancestrais, séculos atrás, quando aqui
chegaram, foram mal recebidos pelos da terra, aqueles mesmos que quase
dizimamos através dos tempos.
Tenho muito
orgulho de minha ancestralidade, de suas origens e de suas lutas, mas a minha
terra, a terra em que nasci e onde vivo, sem jamais ter arredado pé, é o Brasil.
O idioma que falo e escrevo é o português – sim, é português, porque tem a sua
origem em Portugal – mas é o português brasileiro, com suas nuances, sotaques e
regionalismos e não acho justo que quem quer que seja o desmereça, mesmo que os
maus representantes populares tenham firmado um arremedo de acordo ortográfico,
uma aberração que incomoda tanto a mim quanto aos meus patrícios do outro lado
do Atlântico, mas não nos esqueçamos, que o servilismo que se viu por aqui, também
houve por lá. Portanto, a luta que encetamos para a revogação desse aborto
ortográfico (como dizem por lá) ou esse “acordo de pocilga”, como digo eu por
cá, deve nos unir de forma amistosa e respeitosa, para que consigamos o resultado
que almejamos ou, no mínimo, que mantenhamos essa convivência amistosa que
sempre caracterizou os nossos encontros, nos dois lados da imensidão oceânica,
uma vastidão que, mesmo com toda a sua plenitude, jamais ousou nos impedir o
convívio.
Carlos Gama.
09/06/2019
20:23:39
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5 comentários:
Perfeito...
Parabéns, Paizão.
Sou seu Fã, número 1,2,3...por tudo o que escreve, faz...e és!!!
Obrigado, filhão!
Você sabe que eu escrevo por necessidade de expressar o que sinto, o que me agrada e o que me incomoda
Agradeço a leitura paciente e a atenção constante.
Amo você!
Bom saber que você continua se expressando através da escrita,de forma sempre clara e objetiva!
Bom saber que você continua se expressando através da escrita,de forma sempre clara e objetiva!
Bom saber que você continua lendo o que eu escrevo e que gosta, embora eu não saiba quem é.
Obrigado!
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