segunda-feira, 19 de maio de 2014

Novos Ares

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O astro rei abre pequenas fendas no maciço de nuvens e lança seus raios sobre os muitos verdes que sobrevivem teimosamente na José Bonifácio.

Na praça arborizada, defronte ao Fórum da cidade, algumas senhoras se aquecem ao sol, esperando pela clientela escassa.

Segue o coletivo imundo; o cheiro persiste, vindo daqueles assentos sujos, levando a pensar na necessidade inadiável de levar toda a roupa do corpo à máquina de lavar, logo que se chegue em casa.

O “terminal” rodoviário faz jus ao nome.

Um vento gelado transita pelo final do outono, trazendo notícias frescas sobre a próxima estação.

Na Praça dos Andradas, a fachada do edifício da concessionária de energia elétrica mantém hasteados dois trapos mal reconhecíveis. Um deles em verde e amarelo e o outro em preto, branco e vermelho.

Dentro do terminal dos ônibus urbanos, ao lado do outro, buracos muitos esperam pelas vítimas passageiras.

Já à noite, na rua de casa, a lixeira que faz as vezes das outras duas, retiradas há meses e não repostas, transborda o lixo das redondezas.

Não fosse ofender os de quatro patas e rabo enrolado, eu diria que a cidade vai tomando indiscutíveis ares de um grande criatório.
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