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Depois de ler e me revoltar com aleivosias de cunho
comercial, eu decido vir escrever mais um pouco e deixar pautadas essas minhas
observações sobre o arrastar-se imoral das sociedades humanas.
Eu havia
terminado de escrever “Ovos Cozidos” e voltara à sala, onde ainda me esperavam
alguns jornais do dia. Eram quatro e eu havia lido o primeiro e apenas
enveredado pelo segundo, quando a dona da casa chama a minha atenção para uma
propaganda encartada em um deles. Uma revista, em papel couché, propaga uma
nova dentre as dezenas de novas torres de concreto que ensombram a cidade e nos
assombram com seus resultados negativos já em curto prazo.
Empurrada para o
meu lado, eu folheio a edição e de pronto comento com minha interlocutora, que
é obra da mesma empresa que abriu mão do projeto na área da ACM. Abriu mão de
levar adiante a elevação daquela torre, porque viu a inviabilidade comercial do
empreendimento e decidiu não ir adiante, propondo-se a ressarcir os primeiros
compradores habilitados. A ACM? Não sei como vai ficar...Ou não!
Voltemos à
revista muito bem impressa e onde, somente no segundo folheio, eu descubro o
endereço do monumento de concreto armado.
Fica na Ponta da
Praia (um extremo da cidade, na orla marítima), de onde, afirma a construtora, é
possível chegar ao centro da cidade em cinco minutos...Talvez, de helicóptero,
se houvesse em ambos os locais pontos de pousos e decolagens. Continuam as
informações “positivas” sobre as facilidades, afirmando que é possível chegar
dali à fila da balsa em dois minutos e ao porto em quatro...Essas eu não
contesto! Depois, dizem eles, a distância da capital é de cinqüenta minutos e
do bairro do Gonzaga somente três. Em ambos os casos, só viajando no
pensamento...
Nesse ponto eu
me perco e já não sei se os engodos se tornaram hábito ou se é a certeza do
alheamento do homem moderno quem sustenta tudo isso.
Sei, todavia,
que vamos indo de mal a pior!
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