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Habituei-me de
tal forma à leitura do jornal eletrônico, que até me esqueço dele impresso. Mas
isso tem as suas desvantagens, porque o jornal em papel nos retém mais a
atenção que o outro, até mesmo em dias em que a correria não seja tanta quanto
a de ontem.
Há pouco,
enquanto aguardava o café preparado por Ana Clara, minha neta, debrucei-me
sobre a edição de ontem para ler a crônica de Madô Martins, outro velho e bom
hábito.
Já ia fechando o
jornal, quando a imagem do Coliseu chamou a minha atenção... “Teatro Coliseu
será fechado para obras”, era o que dizia o título, logo abaixo da foto dessa
mina de ouro.
Novamente? É o
que me ocorre.
Você que não
reside em Santos ou faz parte do time dos desatentos, talvez estranhe esta
minha expressão, mas os cidadãos daqui, com certeza também devem ter estranhado
e até se revoltado com esse jogo que tem feito parte da reforma de todos os
bens públicos da nossa Santos, esse paraíso onde empreiteiras e construtoras nadam
de braçada.
Não irei cansar
você, possível leitor, com detalhes das muitas obras levadas a toque de caixa
nos últimos anos, como não irei me aprofundar na questão dos custos
multiplicados, nem dos adendos usuais e muito menos farei referência à qualidade
dos serviços, que tem exigido reformas e reconstruções, muitas vezes logo após
a entrega da “obra”, mas não posso deixar de me alongar um pouquinho sobre o
Teatro Coliseu, esse marco cultural de nossa cidade, da região e suas últimas
reformas.
Depois da
extensão do período de reforma, de marchas e contramarchas, de aditamentos e
com custo além de triplicado – chegando a mais de vinte milhões de reais – o
teatro foi entregue em janeiro de 2006.
Em 2013, sete
anos depois, o teatro foi novamente fechado para obras de restauração...
Em 2016, depois
de queda de parte do reboco, a calçada na lateral do teatro foi interditada e
assim permanece.
As obras
necessárias estão orçadas em pouco mais de seis milhões de reais, que foi o
orçamento original de 2006 e que acabou ficando em mais de vinte milhões.
Em nota, a
administração pública municipal afirma aguardar apenas autorização do Governo
do Estado para iniciar as obras, mas alerta que a demora no posicionamento pode
encarecer ainda mais o projeto, pois poderá haver revisão de valores...
As coisas por
aqui continuam indo mais de rabo que a cabo.
Carlos Gama.
01/04/2019
17:32:33
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