quarta-feira, 16 de maio de 2018

ACEFALIA

.
.
.

Houvesse espaço adequado e suficiente na imprensa, para que os leitores pudessem se manifestar a respeito de questões de interesse comum ao meio ou à sociedade em geral, com certeza haveria aumento no consumo dos jornais impressos.

Essa é uma questão para os departamentos de marketing, quando eles funcionam!

Enquanto isso não ocorre, vamos fazendo uso dos meios ao nosso dispor e que, embora não tenham o mesmo alcance, podem suprir essa deficiência.

Há décadas eu insisto em falar na necessidade cada vez mais premente de radares fotográficos em todos os semáforos do país, mas seria também eficaz o aumento das punições (cassação temporária da carteira de habilitação e aumento das penas para quem conduzisse qualquer veículo automotor se a devida permissão legal), para que o resultado fosse realmente efetivo.

Para não cansar você que está lendo estas linhas, vou me ater somente às observações feitas entre ontem à noite e esta manhã, aqui, em Santos, onde a acefalia administrativa só tem feito crescer em todos os campos, ombreando-se com o que ocorre em boa parte do país, por conta do aumento assombroso e descabido do número de partidos políticos (eram 4 em 1982 e agora - e por enquanto - são 35) cujos interesses e integrantes têm de ser atendidos com cargos públicos em todos os níveis, fazendo desse “saco de gatos” uma metástase cancerosa dentro de toda a estrutura administrativa, moral e política.

Depois de toda essa digressão, se você ainda está por aqui, vamos aos fatos observados ontem à noite – em uma passagem de ida e outra de retorno, a pé, pelo cruzamento da Rua Dr. Carvalho de Mendonça com a Avenida Washington Luiz. Tentamos cruzar a primeira dessas vias por volta das 20 h e, depois, retornando por volta das 21 h; nas duas ocasiões, automóveis cruzaram a avenida principal com o semáforo fechado em ambos os lados do canal (há um pontilhão entre as duas pistas) em total desrespeito às mais básicas regras de trânsito e sem nenhum respeito à vida de quem transita a pé.

Isso é fruto da nossa deseducação, do momento de amoralidade intensa pelo qual passa o país e da total falta de fiscalização para o trânsito. A cidade conta com uma “companhia de engenharia de tráfego” que, naturalmente também passa pelo mesmo processo de acefalia que acomete todas ou quase todas as empresas de economia mista, estatais e paraestatais atopetadas de asseclas e correligionários sem nenhuma utilidade para o funcionamento de suas estruturas.

Hoje, pela manhã, dirigi-me ao Poupatempo e, louve-se, o atendimento é sempre de nível inatacável, quando não é excepcional como o de hoje, em um guichê da Prefeitura, com atendimento nota dez (não sei se há terceirização dos serviços, mas é bem provável!).

Saí daquele local e me dispunha a atravessar a via, em direção da Praça José Bonifácio, defronte da Catedral. Como não há indicação luminosa para pedestres naquele local de muito movimento, decidi esperar que o sinal abrisse para os veículos e fiquei aguardando o próximo fechamento para fazer a travessia. Semáforo vermelho para os automóveis que seguiam em direção da Rua Brás Cubas ou iriam entrar à direita na Rua Amador Bueno, mas vários deles transitaram assim mesmo.

Os pedestres? Ora, que se danem os pedestres!
,

16/05/2018 13:15:11

Nenhum comentário: